Na última segunda-feira (21), a Justiça de Ubatuba, no litoral paulista, negou o pedido de liberdade de Kaíque Gonçalves Santos Silva, de apenas 18 anos, preso após furar um bloqueio da Polícia Militar e atropelar um policial. O incidente ocorreu na madrugada do dia 13 de julho e foi capturado pelas câmeras corporais dos policiais envolvidos, que mostram os momentos de tensão e confusão durante a abordagem.
Entenda o caso
O atropelamento ocorreu em plena blitz policial na rua Professor Thomaz Galhardo, no centro da cidade. Câmeras de segurança registraram Kaíque, trajando uma blusa branca, ignorando a ordem de parada dada pelo tenente da PM, que estava na operação. O jovem não apenas desobedeceu como também acelerou sua motocicleta, atingindo o agente. O vídeo mostra o policial caindo ao solo e, posteriormente, levantando-se com dificuldades.
Após o incidente, o tenente sofreu lesões no braço direito e na perna esquerda, sendo encaminhado à Santa Casa de Ubatuba, onde recebeu atendimento médico e, felizmente, apresentava um quadro estável. Já na delegacia, Kaíque alegou ter fugido da abordagem policial devido à falta de habilitação, confessando sua intenção de evitar a prisão.
Decisão da Justiça
O juiz responsável pelo caso, Gilberto Alaby Soubihe Filho, refutou o pedido de revogação da prisão preventiva apresentado pela defesa. Em sua decisão, ele apontou que havia provas substanciais da materialidade do delito e indícios que justificavam a manutenção da custódia cautelar, considerando a necessidade de garantir a ordem pública. Segundo ele, não se tratava de uma antecipação de culpa, mas sim da confirmação da existência de provas e indícios que sustentassem a prisão cautelar.
Os advogados de Kaíque argumentaram que ele não havia recebido a ordem de parada de forma clara e que o caso não configuraria um crime de tentativa de homicídio. Contudo, o juiz enfatizou que, pela gravidade da situação, a prisão preventiva era a medida adequada.
Defesa e polêmica
A defesa do jovem, liderada pelo advogado José Eduardo Coelho, apresentou novas evidências em formato de imagens das câmeras de segurança, alegando que os registros mostravam que Kaíque não havia recebido uma ordem clara para parar. No entanto, este argumento não foi suficiente para convencê-los a reverter a decisão judicial.
A defesa também criticou a conduta dos policiais na abordagem, fazendo referência ao fato de que um dos agentes teria chutado a motocicleta em movimento, o que, segundo eles, contribuiu para o atropelamento do tenente.
Próximos passos legais
Com a prisão de Kaíque mantida, agora cabe ao Ministério Público decidir se o jovem será formalmente acusado de tentativa de homicídio contra o policial militar. Ele também enfrentará acusações por dirigir sem habilitação e em alta velocidade.
O caso tem gerado ampla repercussão na comunidade local e levantado debates sobre a atuação policial em situações de abordagem. O incidente não apenas coloca em evidência a importância da segurança no trânsito, mas também reitera a necessidade de uma comunicação clara durante ações policiais.
A reportagem seguirá acompanhando a situação e atualizações sobre o caso assim que novas informações forem divulgadas.
A situação ressalta a relevância de conduzir abordagens de maneira segura e eficaz, minimizando riscos tanto para os policiais quanto para os civis. O incidente agrava o debate sobre comportamentos em situações de fiscalização e a legislação de trânsito no país.
Por fim, o atropelamento acende o alerta para motoristas sobre a necessidade de respeitar as ordens de parada da polícia, especialmente em momentos de blitz, quando a mobilidade e a segurança de todos devem ser priorizadas.
