Goiânia – Na noite dessa segunda-feira (21/7), um evento inusitado e assustador levou ao pânico os frequentadores do shopping Flamboyant, na capital goiana. Um homem, identificado como Gilberto Ribeiro Gonçalves, de 51 anos, invadiu o centro comercial dirigindo um carro, provocando danos significativos enquanto transitava pelos corredores até ser imobilizado pela segurança.
Do momento da invasão à prisão
Imagens gravadas por câmeras de segurança mostram o momento exato em que Gilberto colidiu com uma porta de vidro após entrar no shopping pela entrada de um restaurante na parte externa. Ele avançou pelo segundo andar, atropelou um quiosque e colidiu com outros dois, antes de parar ao se chocar contra uma pilastra de sustentação. O incidente mobilizou a equipe de segurança do shopping e um policial militar que estava de folga no local. Apesar da situação caótica, Gilberto não resistiu à prisão de forma agressiva.
Instabilidade mental como possível causa
A Polícia Civil de Goiás (PCGO) está conduzindo a investigação sobre o caso. Segundo informações preliminares, o homem pode ter agido sob um quadro de instabilidade mental ou surto psicótico. Ele permanece preso e deverá ser levado a uma audiência de custódia na tarde desta terça-feira (22/7).
Ele foi autuado em flagrante pelos crimes de dano qualificado, direção perigosa e exposição de perigo em ambiente de uso comum, cujas penas podem soma até cinco anos de prisão, o que impossibilitou a concessão de fiança. Além disso, a PCGO está considerando a possibilidade de enquadrar o ato como tentativa de homicídio, uma vez que duas pessoas que estavam em um dos quiosques atingidos precisaram saltar para evitar atropelamentos, sofrendo apenas escoriações leves.
Família lamenta o ocorrido
A família de Gilberto expressou sua tristeza em relação ao incidente e esclareceu que ele enfrenta um quadro psiquiátrico diagnosticado desde os 17 anos, que exige acompanhamento contínuo e uso de medicação. Em nota, os familiares destacaram que, apesar de sua condição, ele sempre foi uma pessoa pacífica e sem antecedentes criminais.
“Na ocasião, ele estava sem a medicação prescrita”, afirmaram os familiares, indicando que isso pode ter contribuído para sua perda de noção da realidade. Exames toxicológicos realizados após a invasão não identificaram a presença de álcool ou substâncias ilícitas em seu organismo.
Apelo por compreensão e respeito
A nota da família ressalta que Gilberto é pai, avô e filho, possui residência fixa e mantém vínculos familiares estáveis. “Ele é uma pessoa doente, que precisa de cuidados e acompanhamento, e não representa um risco deliberado à sociedade”, completaram os familiares. Neste momento difícil, a família pediu respeito à sua privacidade, enfatizando que estão abalados emocionalmente com o que ocorreu.
Reflexões sobre saúde mental
Este incidente grave levanta questões importantes sobre saúde mental e a condição de pessoas que enfrentam problemas psiquiátricos. O caso de Gilberto ressalta a importância de uma abordagem mais atenta e humanizada a casos de saúde mental, além de serviços adequados para suporte e acompanhamento. Em um momento onde o estigma pode dificultar o tratamento, a compreensão e empatia podem ser fundamentais na facilitação de cuidados adequados.
Incidentes como este nos fazem repensar como a sociedade pode ajudar e amparar aqueles em tratamento psiquiátrico, assegurando que tenham acesso ao suporte necessário, evitando situações que possam ocasionar riscos a si mesmos e aos outros.
O incidente no shopping Flamboyant serve como um alerta sobre a necessidade de um olhar mais atento sobre a saúde mental e a responsabilidade coletiva para cuidar e proteger os cidadãos.
