O governo Cláudio Castro (PL-RJ) debateu nesta terça-feira a possibilidade da nomeação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para liderar uma nova secretaria estadual, dedicada às Relações Internacionais. A informação foi confirmada pelo RJTV, da TV Globo, e a atitude é vista como uma estratégia para evitar a perda do mandato de Eduardo na Câmara dos Deputados, após o término de sua licença no cargo no último domingo.
A estratégia por trás da nomeação
Para garantir a nomeação, surgiu nos bastidores a alternativa de modificar as regras de posse de secretários estaduais, permitindo que a cerimônia de posse ocorra à distância. Contudo, tal alteração está sujeita à aprovação do presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar. Bacellar, que também se lançou como pré-candidato ao governo do estado, tem se envolvido em conflitos com os apoiadores de Jair Bolsonaro nas últimas semanas.
A divisão política no Rio aumentou após Bacellar decidir demitir o secretário estadual de Transportes, Washington Reis, que é próximo à família Bolsonaro e também tem aspirações de concorrer ao governo do Estado. Cláudio Castro, por outro lado, busca respaldo do clã Bolsonaro para sua candidatura ao Senado no ano que vem.
A situação de Eduardo Bolsonaro
Conforme informações do RJ2, o convite para que Eduardo assuma a secretaria já teria sido formalizado. No entanto, para que ele possa assumir o cargo, seria necessário que retornasse ao Brasil, onde enfrenta o risco de ser preso, segundo aliados que preferem o anonimato.
A jornalista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, também havia antecipado a discussão sobre a possível nomeação de Eduardo, mas a assessoria de imprensa do governo não se posicionou sobre o assunto quando questionada.
Outras indicações consideradas
Além da possibilidade de Eduardo ser nomeado, o governo também considerou indicações para cargos comissionados nas administrações de Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo, e de Jorginho Mello (PL), em Santa Catarina. Conforme apurou o GLOBO, entre os articuladores próximos aos governadores, a avaliação é de que há uma abertura para acomodar essas indicações, embora as conversas estejam ainda em um estágio inicial.
À medida que se aproximam as eleições de 2026, governadores de viés político à direita estão em busca de se aproximar do legado de Jair Bolsonaro. Uma eventual ajuda a Eduardo poderia facilitar o apoio da família Bolsonaro na corrida pela presidência. Porém, alguns membros dos governos de Ronaldo Caiado (União Brasil), em Goiás, e Romeu Zema (Novo), em Minas Gerais, demonstraram resistência à ideia.
Consequências jurídicas
Vale destacar que as movimentações para assegurar a indicação de Eduardo Bolsonaro a cargos comissionados estaduais provocaram reações no campo oposto. O líder do PT na Câmara, deputado federal Lindbergh Farias (RJ), protocolou um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para que Eduardo seja impedido de ser nomeado, alegando que sua possível indicação fere normas legais e princípios democráticos.
Este cenário político fervoroso ilustra a fragilidade das alianças dentro da própria base bolsonarista, além de levantar questões sobre o futuro de Eduardo Bolsonaro e sua atuação política. À medida que a disputa se intensifica, as movimentações políticas no estado do Rio de Janeiro e em outras partes do Brasil exigem atenção redobrada da sociedade e dos analistas políticos.
O panorama atual pode, sem dúvida, moldar os destinos e as estratégias eleitorais de diversos protagonistas na arena política brasileira. A questão sobre a nomeação de Eduardo segue como um tema quente e recheado de possibilidades e consequências, tanto para ele quanto para os aliados e adversários envolvidos.
