A Coca-Cola confirmou nesta terça-feira (22) que lançará uma edição do refrigerante adoçada com cana-de-açúcar nos Estados Unidos, prevista para o outono deste ano. A iniciativa ocorre após declarações de Donald Trump, que afirmou ter conversado com a empresa sobre a reformulação, e atende a uma demanda por ingredientes mais naturais no mercado americano.
Coca-Cola atinge demandas de Trump e do setor de saúde
Na semana passada, Trump publicou em sua rede social, Truth Social, que havia discutido com a direção da Coca-Cola sobre o retorno ao açúcar de cana, e que a empresa teria aceitado a proposta. Ele afirmou que essa mudança seria uma “boa iniciativa” para os consumidores. Apesar de a Coca-Cola não ter confirmado oficialmente a alteração naquela ocasião, a empresa agradeceu publicamente o entusiasmo do ex-presidente.
Internamente, a reformulação também responde às pressões do secretário de Saúde dos EUA, Robert F. Kennedy Jr., líder de uma campanha contra ingredientes ultraprocessados em alimentos industrializados, como xarope de milho, corantes artificiais e óleos refinados. Kennedy relaciona esses componentes ao aumento de doenças metabólicas no país.
Reação do setor agrícola e debates sobre saúde
A mudança, ainda que limitada a uma nova versão do refrigerante, gerou reações no setor agrícola americano. A Associação de Refinadores de Milho alertou que a substituição do adoçante pode prejudicar milhares de empregos na indústria de alimentos e bebidas. A entidade argumenta que as evidências de benefícios à saúde com a troca ainda são questionáveis.
Especialistas afirmam que o açúcar de cana utilizado na nova Coca-Cola pode ser importado do Brasil, maior produtor mundial da matéria-prima. Contudo, a situação ficou mais incerta após Trump anunciar tarifas de 50% sobre diversos produtos brasileiros, incluindo açúcar, a serem implementadas em agosto. A medida também afetará café, suco de laranja e carne utilizados por redes de fast-food.
Contexto internacional e preferências do ex-presidente
Nos Estados Unidos, versões da Coca-Cola adoçadas com açúcar de cana já existem em edições especiais, como a “Mexican Coke”, importada do México. Em países como Brasil e Reino Unido, o açúcar de cana é o padrão na fórmula tradicional do refrigerante.
Mesmo promovendo uma Coca-Cola mais natural, Trump continua fiel à Diet Coke, com aspartame, que mantém como sua escolha preferencial há anos. Durante seu mandato anterior, até tinha um botão exclusivo na Mesa Oval para pedir a versão dietética do refrigerante.
Segundo o site de notícias, a reformulação visa alinhar o produto às tendências de consumo mais naturais e às demandas políticas internas e externas.