Brasil, 23 de julho de 2025
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Ana Catharina é eliminada do Big Brother de Portugal após ato de xenofobia

A eliminação de Ana Catharina do Big Brother Verão gerou debates sobre xenofobia e discriminação contra brasileiros em Portugal.

A eliminação da brasileira Ana Catharina no reality show “Big Brother Verão”, transmitido em Portugal, causou um forte alvoroço nas redes sociais e reacendeu discussões sobre xenofobia. Ana, que foi eliminada na última segunda-feira (21), se envolveu em um desentendimento com a participante portuguesa Catarina Miranda, que fez piadas sobre seu sotaque.

A repercussão do incidente

O episódio rapidamente se espalhou pela internet, especialmente após Ana Catharina compartilhar uma gravação em seu perfil no Instagram, onde possui cerca de 100 mil seguidores. Na filmagem, a brasileira denuncia o ataque xenofóbico que sofreu e expõe a falta de consequências para a colega que a ridicularizou. “O público que vota fez a sua escolha, mas o que eu passei foi desumano”, desabafou.

O incidente que culminou na eliminação de Ana foi alimentado por um vídeo em que ela exige que Catarina repita as zombarias. A forte reação de Ana foi apoiada por parte do público, mas ao final, a votação a favor da permanência de Catarina prevaleceu, levando à saída da brasileira.

Mensagens xenofóbicas após a saída

Após sua saída do programa, Ana Catharina afirmou que começou a receber uma avalanche de mensagens hostis. “Desde então, tenho recebido inúmeras mensagens xenofóbicas. A principal delas é ‘volta para a tua terra’”, relatou. Os termos atacam sua nacionalidade, colocando em evidência a hostilidade que muitos imigrantes enfrentam em solo português.

Ana também criticou a postura inerte da produção do programa e da sociedade, que, segundo ela, deveria ser mais punitiva em relação à discriminação. “A concorrente que fez isso comigo não recebeu nenhum tipo de sanção”, destacou.

Discriminação e liberdade de expressão

Refletindo sobre o episódio, Ana Catharina ponderou sobre a banalização da discriminação. “A discriminação muitas vezes aparece de forma muito sutil. É muito fácil para quem não é brasileiro e vive em Portugal relativizar uma situação tão grave como a gozação do sotaque”, disse. Ela enfatiza que muitos brasileiros que residem em Portugal têm pouco espaço para se manifestar devido ao medo de represálias, principalmente em contextos laborais.

Ana mencionou que a legislação portuguesa prevê penalizações para atos de discriminação e incitamento ao ódio, citando o Artigo 240.º do Código Penal. Este artigo qualifica práticas como imitar sotaques ou fazer comentários pejorativos como crimes, que podem resultar em penas que variam de 5 a 8 anos de prisão, dependendo da gravidade do caso.

Um apelo à resistência

Concluindo sua mensagem, Ana incentivou outros brasileiros a denunciarem situações similares. “Denunciar é um ato de resistência. Se você se sente atacado por ser quem é, não se cale. Sua história importa e a lei está do seu lado”, exortou Ana, demonstrando coragem e determinação em lutar contra a discriminação que muitos imigrantes enfrentam diariamente.

O incidente com Ana Catharina expõe uma faceta preocupante da sociedade portuguesa, que precisa reexaminar suas atitudes em relação à diversidade e à inclusão. A eliminação dela do reality show é um lembrete de que a luta contra a xenofobia ainda está longe de ser vencida.

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