No último domingo (20), o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez declarações polêmicas ao exigir que o time Washington Commanders retome seu antigo nome “Redskins”. Durante uma interação em sua rede social Truth Social, Trump também ameaçou bloquear a construção de um novo estádio para a equipe da NFL na capital americana, caso sua exigência não seja atendida.
Contexto da mudança de nome
Os Washington Commanders abandonaram o nome “Redskins” em 2020, após pressão de empresas patrocinadoras e ativistas indígenas, que argumentaram que o nome e o logotipo perpetuavam estereótipos racistas. Essa decisão foi parte de um movimento maior em direção à igualdade e respeito às comunidades indígenas nos Estados Unidos.
A declaração de Trump
Em um novo post, Trump clamou que os “Whatever’s” de Washington deveriam “IMEDIATAMENTE mudar seu nome de volta para Washington Redskins Football Team”. Não satisfeito, ele também pediu que o time de beisebol Ohio, Cleveland Guardians, voltasse a usar o nome “Indians”, abandonado em 2021. O ex-presidente afirmou, sem apresentar evidências, que “há um grande clamor por isso” e que “nosso grande povo indígena, em grande número, quer que isso aconteça”.
Ameaças a novos projetos
Na mesma sequência de postagens, Trump voltou a falar sobre a construção do novo estádio dos Commanders, projeto que foi anunciado em abril. Ele escreveu: “Não farei um acordo para que construam um estádio em Washington. O time seria muito mais valioso, e o acordo seria empolgante para todos.” No entanto, sua capacidade legal para bloquear o projeto não é clara.
Críticas à administração Trump
Essas declarações de Trump ocorrem em um momento de escrutínio, especialmente após a repercussão negativa relacionada à sua administração e sua recusa em divulgar arquivos ligados a Jeffrey Epstein, que foi condenado por crimes sexuais. Esse contexto coloca suas reclamações sobre os nomes dos times em um cenário muito mais complicado.
Reações e comentários sobre as mudanças de nome
Em resposta às polêmicas declarações de Trump, Matt Dolan, ex-legislador e coproprietário dos Guardians, foi criticado pelo ex-presidente, que afirmou que ele havia perdido eleições por conta da “mudança ridícula de nome”. Dolan, que é republicano, fracassou em sua candidatura ao Senado dos EUA em 2022 e 2024.
Chris Antonetti, presidente dos Guardians, comentou que o clube está focado no futuro e não está muito preocupado com esses comentários. “Tivemos a chance de construir a marca como Guardians nos últimos quatro anos e estamos animados com o que vem pela frente”, declarou.
O apelo de Trump às suas bases
As declarações de Trump também refletem o que parece ser uma estratégia para recuperar bandeiras identitárias que ressoam com sua base, como a defesa de estátuas confederadas removidas após o assassinato de George Floyd em 2020. Ele enfatizou que “os tempos são diferentes agora do que eram há três ou quatro anos”, pedindo que os donos dos times tomem suas recomendações seriamente: “SOMOS UM PAÍS DE PAIXÃO E BOM SENSO. DONOS, FAÇAM ISSO!!!”.
Reafirmações de Trump sobre comunidades indígenas
Finalmente, Trump reiterou que as mudanças de nome foram rejeitadas por comunidades indígenas, afirmando que sua herança e prestígio estavam sendo sistematicamente retirados deles. Ele concluiu suas observações com um apelo: “Os indianos estão sendo tratados de forma muito injusta. TORNEM OS INDIANOS GRANDES NOVAMENTE (MIGA)!”
A insistência de Trump sobre a reintrodução de nomes que foram abandonados em um contexto de crescente sensibilidade social e crítica sobre racismo coloca em evidência a polarização em torno deste tema. Enquanto muitos apoiam a mudança e o respeito às identidades, outros veem o retorno ao passado como uma reintegração de tradições. O desdobramento dessa situação ainda deve ser acompanhado de perto, pois continua a ter repercussões significativas no mundo esportivo e nas relações sociais nos EUA.
