O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou nesta segunda-feira (21) a revogação dos vistos do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, e de seus aliados, incluindo ministros do STF e do procurador-geral da República. A medida ocorre em meio às tensões diplomáticas após o Brasil sofrer retaliações econômicas por parte do governo americano.
Tensão diplomática e impacto no mercado de câmbio
A decisão de Rubio foi tomada após o governo Trump impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e abrir uma investigação por práticas comerciais consideradas “desleais”. Na manhã desta segunda, o dólar operava em queda de 0,23%, cotado a R$ 5,5748 às 9h20, chegando a atingir R$ 5,6114 na máxima do dia.
O mercado acompanha de perto os desdobramentos das relações entre Brasil e Estados Unidos, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que o governo brasileiro não abre mão da negociação com Washington. “Nossa determinação é permanecer na mesa de diálogo, mesmo diante dessas sanções”, declarou à rádio CBN.
Medidas e reações internacionais
Além do Brasil, a União Europeia também enfrenta dificuldades em avançar com negociações comerciais com os EUA, após propostas divergentes apresentadas na última rodada de negociações em Washington. Diplomatas europeus relataram dificuldades em alinhar posições antes do prazo final estabelecido por Trump para a implementação de tarifas mais elevadas, marcado para 1º de agosto.
Por outro lado, enquanto os EUA insistem na rigidez, o Secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, afirmou que o governo Trump valoriza a qualidade dos acordos mais do que o alcance de prazos e que não há intenção de acelerar negociações por pressa.
Repercussão na economia e nos mercados internacionais
O impacto dessas tensões reflete-se nas bolsas de valores globais, que iniciaram a semana com desempenho misto: em Paris, o índice Stoxx 600 recuou 0,2%, enquanto em Xangai houve alta de 0,5%. Nos Estados Unidos, os futuros do S&P 500 e Nasdaq operam em leve alta, aguardando resultados de grandes empresas de tecnologia nesta semana.
Os economistas também seguem atentos às projeções do boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda, que revisou levemente para baixo as estimativas de inflação para 2025, de 5,17% para 5,10%, e manteve a previsão de juros em 15% ao ano. A expectativa é de que o Banco Central mantenha os juros elevados por mais tempo, diante das pressões externas.
Consequências para o Brasil e o cenário internacional
Para o Brasil, a revogação de vistos e o aumento das tarifas representam um novo capítulo na crise diplomática com os EUA, que deve afetar setores ligados à exportação e às relações comerciais. Enquanto isso, os próximos dias serão decisivos para o desfecho das negociações, com o governo brasileiro buscando formas de mitigar os efeitos econômicos.
Especialistas alertam que, além do impacto imediato, essas ações podem prejudicar a imagem do Brasil no cenário internacional, reforçando a necessidade de diálogo e de estratégias diplomáticas eficientes para evitar tensões prolongadas e prejuízos econômicos maiores.
