No município de Rio Claro, no interior de São Paulo, a situação envolvendo ataques de cães se agrava. No decorrer de 2025, pelo menos dez incidentes foram registrados, segundo dados da Guarda Civil Municipal. A problemática não se limita apenas à agressividade dos animais, mas também levanta discussões sobre a responsabilidade dos tutores e as medidas de segurança que devem ser adotadas.
Casos recentes de ataques a pessoas
Relatos recentes evidenciam a gravidade da situação. Um dos episódios mais comentados ocorreu na Vila Indaiá, onde uma cachorra necessitou de cirurgia após ser atacada por dois cães da raça pitbull. Outro episódio, que ocorreu em 26 de junho, envolveu um ataque onde três pessoas ficaram feridas por um pit monster, gerando grande apreensão na comunidade.
No início deste mês, um pitbull que escapou de sua propriedade feriu dois idosos no Jardim das Flores. Esses episódios alarmantes têm chamado a atenção das autoridades locais e da população, levando a um clamor por mais supervisão sobre os animais e seus tutores.
A recuperação da cachorra e a resposta das autoridades
A cachorra envolvida no primeiro ataque teve que passar por uma cirurgia complexa, recebendo uma placa e oito pinos na perna. O incidente foi angustiante para seus tutores, que afirmaram que “os cães atacaram sem chances de defesa”. A rápida ação veterinária foi crucial para a recuperação do animal e evitou consequências mais graves.
Após os ataques, a Guarda Civil Municipal confirmou que um dos cães foi apreendido e levado para o canil municipal. Infelizmente, este canil abriga vários cães com comportamento agressivo, muitos dos quais chegam após denúncias de maus-tratos ou abandono. É importante que a população esteja ciente da necessidade de acionar as autoridades em casos de ataques, o que pode ser feito pelo telefone 153.
Responsabilidade dos tutores de animais
Os tutores de cães que atacam podem ser responsabilizados por omissão de cautela, uma infração considerada de menor potencial ofensivo. Essa situação normalmente resulta apenas na assinatura de um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Entretanto, os tutores também podem ser indiciados por crimes mais graves, como lesão corporal, cuja pena pode chegar a 12 anos de prisão por cada vítima.
A advogada Luanna Lance ressalta que a identificação dos tutores é essencial. Nos casos recentes, tanto em Jardim das Flores quanto em outros ataques, os responsáveis foram localizados e enfrentaram consequências legais. “Os animais representam um risco à vida das pessoas, e medidas severas precisam ser tomadas”, afirma Amanda Lucke, diretora de proteção animal.
Cuidados essenciais para tutores de cães
Embora os ataques tenham sido mais associados a raças de grande porte como pitbulls e pit monsters, especialistas alertam que até mesmo raças menores podem apresentar comportamentos agressivos. Assim, todos os tutores devem adotar medidas preventivas para garantir a segurança pública.
Entre os cuidados sugeridos, destaca-se o uso de focinheiras para animais com histórico de agressividade durante passeios e a criação de ambientes seguros dentro de casa. É crucial que residências possuam dois portões: um de contenção e outro de acesso à via pública. Essa simples medida pode evitar que os animais escapem e causem harmas a terceiros.
Conclusão
A situação em Rio Claro serve como um alerta para tutores de animais em todo o Brasil. A responsabilidade e a prevenção são fundamentais para garantir a segurança tanto dos pets quanto da comunidade. O aumento no número de ataques de cães evidencia a necessidade de conscientização e de políticas públicas mais rigorosas para o controle de animais de estimação, a fim de evitar novos incidentes e proteger a vida de todos.
