Brasil, 21 de julho de 2025
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Protestos em Dublin contra reabertura de prisão feminina como centro de detenções

Centenas protestam contra proposta de transformar antiga prisão feminina em centro de detenção da ICE, lembrando abusos do passado.

Em um ato de resistência, centenas de pessoas se reuniram no último sábado em Don Biddle Park, em Dublin, Califórnia, para protestar contra a proposta do governo Trump de reabrir a antiga prisão feminina como um centro de detenção da ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândega). A antiga instituição prisional, que guarda uma história obscura marcada por graves abusos, tem sido alvo de críticas intensas por organizações comunitárias e direitos humanos.

Um passado sombriamente conhecido

A antiga Federal Correctional Institution de Dublin foi fechada no ano passado após uma ação coletiva que expôs anos de abusos físicos e sexuais contra as detentas. A ideia de reintegrar esse espaço como um centro de detenção reacendeu feridas profundas na comunidade, levando a um clamor por justiça e segurança para imigrantes e refugiados.

O protesto foi permeado por gritos de “sem ódio, sem medo, imigrantes são bem-vindos aqui”, demonstrando a solidariedade da comunidade com aqueles que enfrentam a opressão e o medo da deportação. “Este lugar já tem um histórico de crimes contra mulheres e crimes sexuais. Ele não deveria ser reaberto como um centro de detenção”, afirmou Elijah Chhum, representante da New Light Wellness.

Conexões com a História

Um elemento importante do protesto foi a presença ativa da comunidade japonesa-americana, que viu na proposta um eco das internizações forçadas durante a Segunda Guerra Mundial. Dave Yoshida, um dos participantes, compartilhou sua preocupação ao relatar que “a detenção de pessoas sem devido processo é um retorno à era sombria dos internamentos.” A comparação com a história recente foi um ponto central dos discursos, enfatizando a necessidade de aprender com o passado para não repetir os mesmos erros.

Lynn Yamashita, cujo pai foi um dos internados, declarou: “Estou aqui porque os japoneses foram internados. Não podemos permitir que isso aconteça novamente. É vergonhoso.” As histórias pessoais dos ativistas trouxeram um tom emocional poderoso à manifestação, unindo vozes de diferentes origens e experiências em uma só canção de resistência.

Reação das autoridades

Embora não haja um cronograma claro sobre quando a reabertura da prisão pode ocorrer, as autoridades da ICE indicaram que estão avaliando todas as opções para atender às necessidades de detenção. O congressista da East Bay, Mark DeSaulnier, garantiu que está pressionando pelas informações necessárias e assegurou que não há planos atuais para reabertura da prisão como um centro para imigrantes. “Estou comprometido em garantir que a FCI Dublin nunca seja reaberta, de nenhuma forma”, declarou o congressista.

Entretanto, a incerteza que envolve as decisões do governo sobre a gestão imigratória deixa muitos ativistas inquietos. “Enquanto o futuro parece nebuloso, muitos de nós continuaremos a levantar nossas vozes e a lutar contra essa injustiça”, asseverou o Dr. Douglas Yoshida. Este sentimento ecoa não apenas entre os protestantes, mas também entre os cidadãos preocupados com o respeito aos direitos humanos e o legado histórico de opressão.

A luta continua

O movimento continua a crescer à medida que mais pessoas se juntam à causa pela dignidade humana, direitos dos imigrantes e justiça social. À medida em que as discussões sobre reforma da imigração e o uso de instalações prisionais se intensificam, os protestantes de Dublin reafirmaram seu compromisso de interromper qualquer progresso em direção à reabertura da prisão e de combater a discriminação de forma mais ampla.

Com a história nos lembrando do que está em jogo, a manifestação contra a reabertura da prisão feminina de Dublin foi muito mais do que um acto de protesto. Foi uma chamada urgente à ação, mostrando que a comunidade não se calará diante do que considera injustiça e opressão. A luta pela defesa dos direitos dos imigrantes e pela memória histórica continua, e a voz do povo se fará ouvir.

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