Brasil, 21 de julho de 2025
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Políticas de Trump prejudicam compras de Natal nos EUA

Tarifas e incertezas comerciais elevam custos e dificultam planejamento para as festas de fim de ano nos Estados Unidos

Com menos de 22 semanas para o Natal, executivos do varejo americano enfrentam desafios causados pelas políticas comerciais do presidente Donald Trump. As tarifas impostas pelo governo têm impactado desde a produção de brinquedos até o estoque de decorações natalinas, dificultando o planejamento para a temporada de fim de ano.

Incerteza tarifária afeta estoque e preços para o Natal

A imprevisibilidade das tarifas que Trump revisa, impõe ou adia, tem condicionado a definição de encomendas e preços em empresas como a Balsam Hill, especializada em árvores artificiais e decorações. Mac Harman, CEO da companhia, afirmou que a incerteza tem feito a equipe gastar tempo reorganizando seus pedidos, já que não sabem quais itens poderão incluir no catálogo de Natal.

Na prática, os varejistas começaram a reduzir suas linhas de produtos para evitar tarifas elevadas ou estoques encalhados, além de antecipar pedidos para tentar escapar dos aumentos. Os preços, que ainda estão sendo definidos, devem subir dependendo das tarifas recíprocas que Trump planeja aplicar no próximo mês.

Setor de brinquedos sofre impacto da guerra comercial EUA-China

O setor de brinquedos dos Estados Unidos, que importa quase 80% de seus produtos da China, já registra atraso na produção e no envio para os depósitos americanos. Greg Ahearn, presidente da Toy Association, revelou que as tarifas de até 145% sobre produtos chineses afetaram a indústria, que normalmente aumenta sua produção em abril, mas adiou a montagem deste ano para maio.

Com tarifas que permanecem em vigor até 12 de agosto, as empresas de brinquedos enfrentam dificuldades para garantir estoque suficiente antes do Natal, o que preocupa lojistas que temem faltar brinquedos populares na temporada.

Preparativos de lojas e consumidores para o Natal sob pressão tarifária

Com o aumento dos custos, lojas como a JaZams, em Nova Jersey, passaram a planejar a reposição de estoques com maior antecedência. Dean Smith, proprietário, contou que passou uma hora e meia com um distribuidor canadense analisando cenários de preços, já que alguns produtos tiveram aumento de até 20% no atacado. “Precisamos ajustar nossas encomendas para não afastar os clientes”, explicou.

Já a proprietária da loja The Toy Chest, Hilary Key, decidiu não testar novos brinquedos por receio de atrasos e tarifas elevadas. Assim, ela perdeu a oportunidade de fazer pedidos antecipados que garantiriam variedade na temporada natalina.

Impacto na importação e fluxo portuário nos EUA

O porto de Los Angeles, maior do país, registrou seu mês mais movimentado em seus 117 anos em junho, refletindo a corrida por antecipar embarques antes de possíveis altas tarifárias no fim do verão. Segundo Gene Seroka, diretor do porto, o movimento expressa o “efeito gangorra das tarifas”: quando entram em vigor, as importações caem; quando são suspensas, aumentam.

Com a incerteza, consumidores podem enfrentar estoques mais baixos, maior inflação nos preços e menos opções de presentes nas prateleiras durante as festividades.

Desafios contínuos para o setor varejista

Empresários do setor, como Smith e Farrugia, já adiantaram pedidos de Natal em dois meses e ampliaram seus espaços de armazenamento. Contudo, preocupados com a possibilidade de novos reajustes tarifários, eles se preparam para um cenário de dificuldades na reposição de produtos populares, como pelúcias e brinquedos de marca.

Harman, da Balsam Brands, também confirmou que precisou limitar a variedade de itens natalinos devido às tarifas, destacando que o momento de importar novos produtos já passou. “Vamos fazer o melhor possível para criar alegria, mas o número de itens desejados pelos consumidores será menor neste ano”, lamentou.

Perspectivas futuras e impacto na temporada de compras

Apesar da breve suspensão nas tarifas anunciada pelo governo, as incertezas devem continuar influenciando o mercado de importados nos próximos meses. Especialistas alertam que essa instabilidade pode manter os preços elevados e limitar a oferta, prejudicando tanto lojistas quanto consumidores na busca por presentes de Natal.

Para os especialistas e empresários, o cenário aponta para um fim de ano com menos variedade, estoques mais altos e preços mais altos do que em anos anteriores. Resta saber se as negociações futuras poderão aliviar as tarifas e estabilizar o setor.

Fonte: G1 Economia

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