O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) discutiu nesta segunda-feira (21) com representantes de grandes empresas de tecnologia americana as tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros importados. A reunião ocorreu durante o exercício do cargo de presidente da República, enquanto Lula viajava ao Chile.
Impacto das tarifas de Trump sobre o setor tecnológico
Alckmin recebeu representantes do Google, Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp), Apple e Visa para debater a resposta do governo brasileiro às tarifas de 50% impostas por Trump em 9 de julho. O presidente americano citou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF e acusações de ataques às eleições brasileiras como justificativa para as novas taxas.
Segundo a assessoria do vice-presidente, o peso maior no debate agora é das big techs que das lideranças políticas tradicionais, evidenciando uma mudança na dinâmica de influência nas decisões governamentais frente às pressões internacionais.
Estratégias do governo e ações diplomáticas
Alckmin lidera um grupo de trabalho que inclui empresários para elaborar uma resposta às tarifas de Trump. Entre as ações do governo, estão a regulamentação da Lei da Reciprocidade e a criação de uma comissão para discutir possíveis reações comerciais, de investimentos e de propriedade intelectual.
O objetivo é criar mecanismos que permitam ao Brasil suspender concessões comerciais diante de ações unilaterais que prejudiquem sua competitividade no mercado internacional. “Estamos avaliando medidas para negociar de forma firme e proteger os interesses nacionais”, afirmou o vice-presidente.
Rodada de consultas e próximos passos
Desde a semana passada, Alckmin tem realizado reuniões com setores diversos, incluindo indústria e agronegócio, além de conversas previstas com representantes da Comissão do Comércio Internacional (INTA) do Parlamento Europeu e com Claudio Bier, presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul.
Ao mesmo tempo, o governo busca fortalecer suas ações diplomáticas para conter o impacto das tarifas e evitar retração nas exportações brasileiras. A iniciativa demonstra um esforço do Planalto em equilibrar interesses políticos internos com a necessidade de responder às pressões econômicas externas.
O cenário evidencia uma maior influência das big techs na pauta governamental, superando o peso político tradicional de figuras como Bolsonaro, com o governo adotando uma postura estratégica de diálogo e resistência frente às ameaças tarifárias de Trump.
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