Na última noite de domingo (20), o humorista Léo Lins causou indignação ao fazer uma piada sobre a cantora Preta Gil durante uma apresentação no Teatro Eduardo Kraichete, em Niterói (RJ), horas após a confirmação de sua morte. O ocorrido levanta questionamentos sobre limites do humor e respeito à dor da perda.
A piada e a repercussão
O momento constrangedor se deu quando Léo Lins falava sobre os processos judiciais que enfrentou na carreira. Em meio a comentários onde ironizava suas experiências legais, Lins foi citado pela plateia com o nome de Preta. Em resposta, ele teria afirmado que quem o processasse “iria pegar câncer e morrer”. Essa afirmação foi proferida cerca de duas horas após os primeiros relatos sobre o falecimento da artista começarem a circular pela imprensa e redes sociais.
Conforme relatos de testemunhas que estavam no show, a apresentação começou às 22 horas e não permitia filmagens, com segurança rigorosa para evitar registros. A falta de possibilidade de documentar ou compartilhar o ocorrido agravou a situação, tornando mais difícil a verificação dos exatos termos utilizados por Lins.
Preta Gil e seu legado
Preta Gil faleceu aos 50 anos, após uma luta de quase dois anos contra um câncer no intestino. Sua carreira era marcada por conquistas e um forte engajamento em causas sociais. A conexão da artista com seus fãs foi profunda, sendo uma figura importante na música e na cultura brasileira.
Os fãs e colegas de profissão demonstraram descontentamento nas redes sociais, criticando a piada de Léo Lins como desrespeitosa e inapropriada em um momento tão delicado. A situação recorda a importância do debate acerca dos limites do humor, especialmente quando envolve questões sensíveis como a saúde e a morte.
Caso antigo e repercussões
Este não foi o primeiro episódio em que o nome de Preta Gil foi utilizado nas piadas de Léo Lins. Em janeiro de 2025, ele já havia ironizado publicamente o diagnóstico de câncer da cantora, gerando indignação entre os presentes na plateia e nas redes sociais. Lins comentou: “A Preta Gil veio me processar por causa de uma piada de anos atrás. três meses depois que chegou o processo, ela apareceu com câncer. Bom, parece que Deus tem um favorito”, provocando risadas na plateia, mas também críticas severas.
Essa continuidade de insensibilidade por parte do humorista levantou discussões sobre ética no humor e a responsabilidade de artistas em suas falas, especialmente quando atingem temas delicados como doenças e morte.
Reação e contexto atual
A defesa de Léo Lins ainda não se manifestou oficialmente sobre a piada. O Portal iG tentou contato com seu representante, bem como com o Teatro Eduardo Kraichete e a companhia responsável pela venda dos ingressos, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
O contexto da morte de Preta Gil, que foi confirmada pela sua assessoria por volta das 20h do mesmo dia, gerou uma onda de sentimentos de luto e gratidão entre seus admiradores, que a relembram como um ícone da música brasileira. O timing cálculo da piada de Léo Lins foi amplamente criticado, levantando discussões sobre como o humor pode se tornar prejudicial e ofensivo.
Conclusão
O episódio vivido no show do humorista Léo Lins nesta última noite de domingo, que intercalou tragédia e humor, se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais, acendendo um debate essencial sobre o limite do humor. Resta saber como Léo irá se posicionar sobre as reações e se as consequências de suas falas terão algum impacto no seu trabalho e na forma como seus espetáculos são recebidos pelo público.
Enquanto isso, Preta Gil deixa um legado admirável na música e na luta contra a discriminação e em defesa dos direitos LGBTQIA+ e da saúde das mulheres, sendo lembrada por sua força e resiliência até o fim de sua batalha.