O Intercolegial é mais do que uma simples competição esportiva; é um espaço onde sonhos são moldados e futuros são construídos. Em 1992, Fabi Alvim, uma das maiores líberos do vôlei mundial, deu seus primeiros passos em uma quadra representando a escola Tamandaré. Desde então, sua história se entrelaça com a do torneio que, ao longo de 43 edições, tem revelado talentos no cenário do esporte brasileiro.
As lições do Intercolegial
No início de sua trajetória, Fabi relembra o nervosismo e a emoção de competir. “O Intercolegial talvez tenha sido minha primeira experiência competitiva. Era a chance de representar minha escola, de sentir o compromisso. Foi ali que entendi o que é se preparar, lidar com o nervosismo, competir e também celebrar”, conta Fabi, que depois de duas medalhas de ouro olímpicas (Pequim-2008 e Londres-2012), se tornou embaixadora do torneio.
Fabi, que cresceu em Irajá e passou os primeiros anos de vida em um conjunto habitacional em Botafogo, teve sua primeira experiência esportiva em uma escola pública antes de se destacar no vôlei. “O colégio é uma etapa importante de formação de cidadania. O Intercolegial tem esse simbolismo. Vai além da vitória ou da derrota. É sobre fazer o seu melhor, aprender o valor do coletivo e viver o esporte como uma ferramenta de transformação”, explica.
O impacto social do Intercolegial
Desde sua criação, o torneio consolidou-se como um espaço democrático e inclusivo. Fabi enxerga o evento não apenas como uma oportunidade para os atletas, mas também como uma plataforma para causas sociais. Durante sua participação no projeto Intersolidário, ela se deparou com a solidariedade entre alunos, até mesmo em tempos desafiadores como a pandemia: “Mesmo durante a pandemia, o Inter manteve o engajamento. Vi alunos se unindo por uma causa comum”, afirma.
A edição do Intersolidário deste ano começará no dia 18, com inscrições abertas, e a apuração final está prevista para 28 de novembro. O projeto não só mobiliza as escolas para o esporte, mas também socorre quem precisa, demonstrando que competição e responsabilidade social podem andar juntas.
Outros talentos forjados no Intercolegial
Fabi Alvim não é a única atleta a valorizar suas lembranças do Intercolegial. A lutadora Giullia Penalber, que se destacou no wrestling, também começou sua jornada esportiva nessa competição aos 12 anos. “Era a vitrine que todo jovem atleta almejava. O Intercolegial abriu minha mente, me deu amigos e me ensinou a lidar com vitórias e derrotas. O maior legado não está nas medalhas, mas na jornada”, reflete Giullia, que se tornou quinta colocada nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Outro destaque é Hugo Calderano, campeão da Copa do Mundo de Tênis de Mesa e um dos maiores nomes do esporte ocidental. Aos 28 anos, ele também ressalta a importância do Intercolegial em sua formação. “O Intercolegial representou meu primeiro passo rumo à profissionalização como atleta. Era uma maneira de ser vista pelas escolas para conseguir oportunidades”, diz Calderano, que brilhou no torneio pelo Colégio Santo Inácio.
A continuidade do legado
Completando 43 edições em 2025, o Intercolegial continua sendo uma importante plataforma para jovens atletas. De medalhistas olímpicos a novos talentos, todos que passam por suas quadras compartilham sentimentos de pertencimento, desafio e conquista. O torneio é mais do que uma competição; é um terreno fértil para a formação de cidadãos e a celebração do esporte como uma ferramenta de inclusão e desenvolvimento social.
Fabi, Giullia, e Hugo são exemplos de como o Intercolegial, ao longo dos anos, tem sido um verdadeiro celeiro de talentos, provando que cada conquista nas quadras é também uma vitória para a educação e a cidadania no Brasil.