A previsão de inflação no Brasil continua em trajetória de queda, com a oitava revisão consecutiva da projeção para o IPCA, que agora caiu de 5,17% para 5,10%, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira. No entanto, especialistas alertam que o impacto das tarifas americanas, que podem afetar preços e o câmbio, ainda é difícil de prever.
Perspectivas e incertezas sobre o tarifão dos EUA
De acordo com analistas, o cenário atual de inflação desacelerada está sendo observado globalmente. Entretanto, a implementação do tarifão americano, prevista para agosto, ainda gera dúvidas sobre seu efeito real na inflação brasileira. Andre Haddad informa que há planos de contingência para empresas na tarifa americana.
Incertezas e possíveis impactos econômicos
O economista Álvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec, destaca a dificuldade de prever o que poderá acontecer com a inflação com a nova tarifa dos EUA. “No curto prazo, a inflação está desacelerando, mas é preciso aguardar os próximos movimentos, pois o tarifão pode tanto pressionar os preços quanto colaborar para uma desaceleração mais acentuada, dependendo do impacto na economia global”, explica.
Enrico Cozzolino, da Levante Investimentos, reforça que a trajetória do IPCA está ligada à valorização do real frente ao dólar, que no fim do ano passado passou de R$ 6,00. Segundo ele, a volatilidade cambial e o eventual efeito das tarifas americanas podem alterar essa dinâmica, potencialmente levando a uma reversão na queda da inflação.
Impactos na moeda e nos preços
Se a depreciação do real frente ao dólar persistir, haverá aumento nos preços de commodities como petróleo, além de produtos importados, o que pode reverter a atual tendência de inflação mais amena. Caso as tarifas americanas sejam efetivamente aplicadas, a prática ainda não ocorreu, mas há possibilidade de esse movimento elevar os custos de importação e pressionar a inflação para cima.
Perspectivas econômicas e crescimento do PIB
Apesar das incertezas, os analistas mantiveram a previsão de crescimento do PIB em 2,23% para este ano, assim como a expectativa de estabilidade na cotação do dólar, que permanece em R$ 5,65. O mercado acredita que o crescimento seguirá firme mesmo diante das tensões comerciais internacionais.
Para o momento, as projeções continuam otimistas, mas o cenário permanece bastante sensível às decisões globais e às políticas comerciais dos Estados Unidos, que podem influenciar tanto a inflação quanto o câmbio nacional.
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