As autoridades francesas iniciaram uma investigação criminal contra a plataforma X, de Elon Musk, por suspeita de manipulação do algoritmo de recomendação e coleta fraudulenta de dados dos usuários. A ação foi divulgada nesta segunda-feira (21), após solicitações de acesso feitas pela França, segundo informações do Financial Times.
Investigação sobre manipulação de algoritmos e dados
De acordo com o comunicado da plataforma, a Justiça francesa requisitou acesso ao algoritmo de recomendação e às postagens dos usuários, para análise por especialistas. A X afirmou estar “no escuro” acerca das acusações e que não atendeu às exigências das autoridades francesas. Segundo a rede social, as solicitações visam permitir uma análise detalhada, mas ela se declara resistente às tentações de manipular seu funcionamento.
Motivação política e denúncias prévias
Elon Musk e sua plataforma alegam que a investigação tem motivação política, impulsionada por ações do deputado francês Éric Bothorel, membro do partido de Emmanuel Macron. Bothorel afirmou que, em fevereiro, denunciou à promotoria problemas na plataforma X, incluindo ausência de moderação e uma promoção tendenciosa da direita. Ele ressaltou também que uma denúncia de órgão independente do governo reforça a necessidade de investigação judicial.
Bothorel revelou que, em janeiro, alertou para a promoção do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), antes das eleições no país. Ele destacou que, se a Justiça francesa realmente avançar na apuração, medidas como buscas policiais e acusações formais podem ser adotadas, caso as alegações se confirmem.
Contexto europeu e investigações globais
As ações do governo francês ocorrem simultaneamente às investigações da Comissão Europeia, que também analisa possíveis violações da transparência digital por parte da plataforma X. A decisão de adiar a investigação da UE para setembro reforça a preocupação do bloco com a atuação da rede social.
Além disso, a União Europeia vem conduzindo diversas investigações sob a Lei de Serviços Digitais (DSA), que exige maior supervisão das plataformas on-line. A CEO da X, Linda Yaccarino, anunciou sua renúncia nesta semana, em meio a controvérsias globais sobre o uso de inteligência artificial na plataforma.
A postura da plataforma e o cenário político
A plataforma afirmou que “permanece no escuro” quanto às acusações e criticou a suposta motivação política do processo, atribuindo a iniciativa ao deputado Bothorel, que também apontou preocupações sobre o direcionamento de conteúdo em favor de grupos de extrema-direita. As autoridades francesas, por sua vez, não comentaram de imediato o caso, enquanto o Ministério Público e a polícia se mantêm em silêncio.
Implicações futuras e cenário internacional
Analistas destacam que a abertura desta investigação representa um passo importante na fiscalização de plataformas digitais na Europa, reforçando o compromisso do continente com maior transparência e controle de algoritmos. O avanço do caso pode abrir precedentes para ações similares contra outras empresas de tecnologia no mundo.
A investigação francesa reforça a crescente preocupação com o impacto das redes sociais na democracia e na integridade das eleições. A plataforma X permanece na berlinda, enquanto a disputa por regras mais rigorosas de fiscalização global continua em andamento.
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