As ações do laboratório Fleury (FLRY3) atingiram alta de 15,28%, cotadas a R$ 14,56 por volta das 12h12 desta segunda-feira, após surgirem rumores de negociações para uma possível fusão com a Rede D’Or (RDOR3). O movimento ocorreu no mesmo dia em que a companhia divulgou um fato relevante negando qualquer decisão formal sobre o assunto.
Negociações e desmentido oficial do Fleury
Segundo informações extraoficiais antecipadas pelo colunista Lauro Jardim, as conversas estariam em andamento entre a Rede D’Or e o maior acionista do Fleury, o banco Bradesco. Entretanto, o laboratório afirmou que “não há qualquer decisão de sua administração, tampouco comprometimentos ou documentos celebrados com a Rede D’Or, vinculantes ou não, tendo por objeto uma potencial operação”.
A companhia esclareceu que “voltará a comentar o assunto, caso seja concretizado qualquer fato que deva ser divulgado, na forma da lei e da regulamentação da CVM”. Por sua vez, a Rede D’Or declarou que ainda avalia oportunidades de expansão, incluindo aquisições e parcerias, mas reforçou que “não há decisão, proposta ou documentos” sobre qualquer operação com o Fleury.
Contexto do mercado e impacto financeiro
O valor de mercado do Fleury está próximo de R$ 7 bilhões, enquanto a Rede D’Or soma cerca de R$ 75,3 bilhões. A rede hospitalar tem expandido suas operações nos últimos anos, incluindo a aquisição da SulAmérica Seguros em 2022 e uma joint venture com o Bradesco Seguros em 2024. Uma eventual fusão entre as empresas poderia competir com a parceria formada entre a Amil e a Dasa, que criou o segundo maior grupo de hospitais do país.
Especialistas afirmam que uma união entre Fleury e Rede D’Or faria sentido, dado o potencial de expansão do setor de diagnósticos, que responde por aproximadamente 20% do volume de demandas do mercado de saúde privada. O relatório do BTG Pactual aponta que a integração reforçaria a competitividade e aumentaria a captação de pacientes, além de potencializar o ecossistema de ambos os grupos.
Perspectivas e análises
O Goldman Sachs acredita que o Fleury pode se beneficiar de uma gestão sob a Rede D’Or, com melhores condições de compras e uma estrutura administrativa mais eficiente. Segundo análise do banco, a fusão também reforçaria a estratégia da Rede D’Or de ampliar sua participação na jornada do paciente, da atenção primária à hospitalização.
Se a operação for concretizada, ela representaria uma forte movimentação no setor de saúde, potencialmente aumentando a presença do Fleury em mercados ainda pouco explorados, além de fortalecer a concorrência com outros grandes players, como a própria Dasa.
Mais detalhes sobre a situação podem ser acompanhados na reportagem completa no O Globo.