O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) gerou polêmica ao confirmar sua viagem de férias ao exterior neste domingo, em meio a uma crise política e econômica no Brasil. A decisão do presidente Donald Trump de impor tarifas de 50% a produtos brasileiros intensificou a situação, levando bolsonaristas a criticarem publicamente a ausência do senador em um momento delicado. O cenário se tornou ainda mais complicado após seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal, onde medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, foram determinadas pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Defesa de Flávio na rede social
Flávio se manifestou em sua conta na plataforma X (antigo Twitter), esclarecendo que a viagem estava programada desde o ano passado, coincidindo com o recesso parlamentar de julho e as férias escolares de suas filhas. “Falo com meu pai e lideranças aliadas todos os dias. Mas a propagação de mentiras se alastra rápido quando é contra Bolsonaro”, respondeu ele, tentando justificar a decisão de deixar o país em um momento tão conturbado.
Críticas de apoiadores e opositores
As reações nas redes sociais foram diversas. O blogueiro Allan dos Santos, foragido da Justiça brasileira e atualmente residindo nos Estados Unidos, criticou a situação, afirmando que se um funcionário público atuasse na iniciativa privada, enfrentaria demissões: “Ufa, ainda bem que são as férias e o recesso. Se funcionário público trabalhasse a iniciativa privada, estaria demitido na primeira crise”, disse ele.
Por outro lado, Paulo Figueiredo, também foragido e neto do último presidente da ditadura militar, saiu em defesa de Flávio, alegando que ele tem sido uma grande ajuda e, mesmo em férias, continua trabalhando com a equipe. Contudo, outros apoiadores criticaram a atitude de Flávio. Um usuário destacou a necessidade de priorizar a família e a situação delicada do ex-presidente, lembrando que as férias podem ser programadas para outro momento, enquanto os laços familiares são únicos e devem ser priorizados.
A retórica da oposição
Na sexta-feira e no sábado, a oposição também se manifestou sobre a saída de Flávio do país. O deputado federal André Janones (Avante-MG) insinuou que o senador estaria em fuga devido à situação de seu pai e à nova determinação judicial. Ele afirmou que Flávio buscava escapar da justiça ao viajar para Lisboa, em meio a rumores sobre as implicações legais enfrentadas por Jair Bolsonaro.
Retorno e posição política
Flávio Bolsonaro anunciou que retornará a Brasília no dia 1 de agosto, pouco antes do término do recesso parlamentar. Enquanto isso, líderes da oposição tentaram pressionar pelo término do período de descanso legislativo, exigindo que o Congresso se posicione sobre as recentes medidas tomadas por Moraes contra o ex-presidente. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, no entanto, desconsiderou os pedidos e garantiu que as atividades retornarão apenas no dia 4 de agosto.
Esse episódio levanta questões sobre a responsabilidade e a presença dos líderes políticos em momentos de crise. A ausência de Flávio durante um período tão conturbado pode suscitar debate sobre o comprometimento de figuras públicas e a percepção dos cidadãos a respeito do papel de seus representantes. Enquanto alguns defendem suas ações, outros consideram que é hora de assumir responsabilidades e enfrentar as adversidades de frente, uma discussão que promete continuar nas redes sociais e no ambiente político brasileiro.
Os próximos dias podem trazer desdobramentos significativos nesse cenário, à medida que o Senado se prepara para retomar suas atividades e o debate sobre a situação do ex-presidente avança.