Brasil, 21 de julho de 2025
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Estudante autista cria IA para mapeamento genético em diagnósticos

Arthur Cabral, de 20 anos, desenvolveu uma plataforma inovadora que utiliza IA para facilitar diagnósticos médicos, visando democratizar a saúde.

Goiânia – O estudante de medicina Arthur Cabral, de 20 anos, desenvolveu uma plataforma de inteligência artificial (IA) para mapeamentos genéticos a partir de uma experiência familiar marcante, resultante de um erro médico. Portador do Transtorno do Espectro Autista (TEA), Arthur criou a IA chamada Moira, que identifica e interpreta genes em um contexto genômico funcional com precisão, rapidez e a um custo acessível, eliminando a necessidade de especialistas ou estruturas laboratoriais complexas para as análises.

A importância da Moira na medicina

Segundo a apresentação do projeto, a ferramenta possibilita que médicos tenham acesso a um teste genético que pode ser crucial para diagnósticos, especialmente em casos de doenças hereditárias, como síndromes raras, cânceres hereditários, Alzheimer e anemia falciforme. A utilização da inteligência artificial na saúde representa um passo significativo na ampliação do acesso a diagnósticos que podem salvar vidas e melhorar a qualidade de atendimento aos pacientes.

Aplicações além da medicina

Além de suas aplicações na medicina, a IA de Arthur também demonstra potencial em outros setores, como na agropecuária, onde pode auxiliar no planejamento genético de culturas e na criação de animais. Na esfera científica, a Moira pode oferecer soluções rápidas para a identificação de genes em qualquer organismo vivo, contribuindo assim para a pesquisa e avanços tecnológicos.

Motivação familiar por trás da inovação

A motivação de Arthur para criar a plataforma surgiu de uma experiência pessoal. Em entrevista ao Metrópoles, ele relembra um erro de diagnóstico que afetou sua avó. “Minha avó, diagnosticada com Alzheimer após apresentar sintomas de perda de memória, acabou recebendo um segundo diagnóstico que apontou demência não relacionada ao Alzheimer, o que poderia ter sido evitado com um exame genético. No entanto, a solicitação desse exame não foi feita devido ao custo e tempo de espera”, destacou Arthur.

Autodidata em genética e programação, o jovem empenhou-se em desenvolver sua plataforma com o objetivo de democratizar o acesso à saúde e facilitar o planejamento familiar. A proposta é que a Moira se torne uma ferramenta acessível em clínicas regionais, consultórios médicos e no Sistema Único de Saúde (SUS), possibilitando diagnósticos precoces e tratamentos preventivos.

Expectativas para o futuro

Com o intuito de revolucionar a pesquisa genética no Brasil e no mundo, Allyson Cabral, pai de Arthur e advogado, enfatiza que a Moira pode abrir portas para que populações vulneráveis tenham acesso a tecnologias de saúde que costumam ser restritas a grupos favorecidos. “Acreditamos que a IA pode levar melhorias significativas no cenário da saúde, principalmente em regiões com histórico de exclusão digital e médica”, afirmou.

Atualmente, a IA ainda não está disponível para uso em laboratórios e hospitais, mas Allyson revela que é esperado que ela comece a funcionar em 2026. “A Moira já é capaz de identificar genes patogênicos, mas requer aprimoramentos. Estamos trabalhando para que esteja operável a partir de janeiro de 2026”, acrescentou.

Superando desafios e preconceitos

Arthur, que foi diagnosticado com TEA apenas em março deste ano, sempre teve um desenvolvimento intelectual destacado desde a infância. Segundo seu pai, o jovem demonstrava uma inteligência acima da média em assuntos complexos, porém enfrentava dificuldades em tarefas simples do dia a dia, como amarrar sapatos. “Ele sempre aprendeu rapidamente e tinha um interesse natural por tecnologia. Contudo, sua forma única de lidar com situações emocionais e sociais era mal compreendida por familiares e pelas escolas onde estudou”, contou Allyson.

Compassivo, Allyson ressalta que a jornada de Arthur não foi fácil, mas que agora, após superar diversos obstáculos, ele está mais consciente de seu diagnóstico e utiliza suas experiências para ajudar os outros. “Arthur evoluiu muito e agora busca, através de sua plataforma, contribuir para a vida de outros que possam estar em situações semelhantes”, finalizou.

Assim, a história de Arthur Cabral representa não apenas um avanço tecnológico, mas também um exemplo de superação e resiliência, promovendo um novo horizonte para o acesso à saúde através da tecnologia.

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