Brasil, 22 de julho de 2025
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Eduardo Bolsonaro é investigado por articulação contra o STF

Deputado poderá ter postagens e declarações incluídas em inquérito após intensificação das críticas ao Judiciário brasileiro.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta articulação com autoridades dos Estados Unidos contra o Judiciário brasileiro, poderá ter novas postagens e declarações incluídas no inquérito que corre na Corte. O ministro Alexandre de Moraes, em despacho divulgado no último sábado, afirmou que o parlamentar “intensificou as condutas ilícitas” nas redes sociais, especialmente após as medidas cautelares impostas a seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A investigação e suas implicações

A investigação apura se Eduardo Bolsonaro atuou nos bastidores da política americana para pressionar autoridades dos EUA a adotarem sanções contra ministros do STF, em resposta às investigações que ocorrem no Brasil. O grupo bolsonarista acredita que tal ação poderia potencialmente facilitar o perdão judicial dos envolvidos nos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023.

O ministro Moraes determinou que as publicações mais recentes de Eduardo sejam anexadas ao processo, por considerá-las uma tentativa de intimidação ao Judiciário. Entre as postagens destacadas, há mensagens em que o deputado comemora o cancelamento do visto americano de Moraes. Uma publicação em particular ironiza: “Talvez Moraes não saiba se Filipe Martins foi aos EUA, mas ele não vai”, acompanhada de uma montagem do ministro com orelhas do Mickey Mouse. Além disso, Eduardo expressou gratidão ao ex-presidente Donald Trump pela revogação do visto.

Conflito e retaliação nas redes sociais

Eduardo também fez questão de ressaltar a sua visão sobre as condições políticas atuais, utilizando termos agressivos para se referir a Moraes. Logo após as medidas cautelares contra Jair Bolsonaro, ele descreveu o ministro como “ditador” e “gângster da toga”. Sua disposição para o embate estava evidente em outra postagem em que afirmou: “Se houver cenário de terra arrasada, pelo menos estarei vingado”.

Nos últimos dias, o deputado intensificou seus ataques nas redes sociais. Ele negou relação com o tarifaço anunciado por Trump contra o Brasil, mas insinuou que uma possível revogação da medida poderia ser atrelada à concessão de anistia aos golpistas de 8 de janeiro: “Sem anistia, sem recuo”, escreveu. Além disso, incentivou uma ofensiva contra Moraes no Senado, pedindo apoio a um pedido de impeachment, afirmando que o ministro “não precisa de motivo para mandar prender ninguém”.

Declarações bombásticas

Em uma entrevista recente à CNN, Eduardo fez declarações que podem ser interpretadas como autoincriminação. Ele afirmou de maneira direta: “Nosso objetivo é te tirar da Corte”, referindo-se a Moraes. Quando questionado sobre a popularidade do presidente Lula, Eduardo indicou que não estava preocupado com as eleições futuras, sugerindo que elas poderiam não ocorrer. “Se o Brasil não resolver, nas próximas semanas ou meses, essa crise institucional, não haverá eleição em 2026”, comentou.

Em uma live transmitida em seu perfil no domingo, o deputado atacou diretamente policiais e fez menção ao delegado Fábio Shor, que é responsável pelos principais inquéritos envolvendo seu pai. “Vai lá, cachorrinho da Polícia Federal que tá me assistindo, deixa eu saber não. Se eu ficar sabendo quem é você, vou me mexer aqui”, declarou.

Respostas e consequências

A situação provocou reações do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que afirmou que a corporação tomará as providências legais cabíveis diante das ameaças expressas por Eduardo. As postagens do deputado se tornaram um fator de preocupação para as autoridades, levantando questionamentos sobre os limites da liberdade de expressão em ambientes políticos polarizados no Brasil.

O desenrolar das investigações e as futuras declarações de Eduardo Bolsonaro devem continuar sendo monitoradas de perto, uma vez que a tensão entre os poderes Executivo e Judiciário permanece elevada.

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