Brasil, 22 de julho de 2025
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Delegados da PF repudiam declarações de Eduardo Bolsonaro

A ADPF critica ameaças feitas pelo deputado durante live, reafirmando a importância da autonomia da Polícia Federal.

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) emitiu um forte repúdio às declarações do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), durante uma transmissão ao vivo no último domingo (20/7). As falas de Eduardo foram interpretadas como intimidações dirigidas ao delegado Fabio Shor, responsável pela investigação e indiciamento dos envolvidos na suposta trama golpista.

Ameaças e intimidações

Na live, Eduardo Bolsonaro dirigiu palavras desrespeitosas ao delegado, chamando-o de “cachorrinho da Polícia Federal” e fazendo ameaças diretas: “Deixa eu saber, não. Se eu ficar sabendo quem é você… Ah, eu vou me mexer aqui [nos EUA]”. As falas provocaram reações imediatas entre os representantes da Polícia Federal, que enxergaram as palavras do deputado como tentativas de desconstruir a credibilidade da instituição.

“As alegações de Eduardo são inaceitáveis, uma vez que ele busca mais uma vez atacar a credibilidade da Polícia Federal e de seus delegados”, destacou a ADPF.

Resposta da ADPF

A ADPF não hesitou em manifestar seu descontentamento e, em sua nota, afirmou que as declarações do deputado revelam uma tentativa clara de constranger uma instituição de Estado, cujos delegados atuam de forma rigorosa e isenta no combate ao crime, sempre observando o ordenamento jurídico vigente. “Isso revela um desrespeito às garantias constitucionais que asseguram a autonomia funcional dos Delegados de Polícia Federal — prerrogativa essencial para o pleno exercício da Justiça”, destaca o documento.

A associação reforçou que não se submeterá a pressões políticas e anunciou a intenção de tomar medidas judiciais para responsabilizar Eduardo Bolsonaro por suas declarações. “Os Delegados de Polícia Federal não se curvarão a pressões políticas, nem a narrativas que visam desmoralizar a missão de servir à sociedade, com base na legalidade e na verdade dos fatos”, comentou a ADPF.

Eduardo Bolsonaro e as ameaças ao STF

Durante a mesma live, o deputado também direcionou suas ameaças ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é relator da ação relacionada à trama golpista. Ele declarou: “O tempo todo a gente tem que expor o nível de várzea que é o Moraes com a caneta do STF. O ideal seria ele fora do STF. Trabalharei para isso também, tá, Moraes?” A postura do parlamentar levanta questões sobre os limites da liberdade de expressão e a responsabilidade de figuras públicas ao falarem sobre outras instituições.

A repercussão nas redes sociais

As declarações de Eduardo geraram uma onda de reações nas redes sociais, com muitos usuários expressando apoio à ADPF e criticando a postura do deputado. A discussão já se espalhou entre legisladores e ativistas, evidenciando a tensão existente entre membros do governo e instituições que têm como função principal a manutenção da ordem e da justiça.

Conclusão

A controvérsia envolvendo Eduardo Bolsonaro serve como um lembrete da luta constante pela independência das instituições de justiça no Brasil. A ADPF se posicionou firmemente contra tentativas de intimidação, reafirmando seu compromisso com a verdade e a legalidade. À medida que a situação se desenrola, acompanhar as ações judiciais que podem surgir em consequência das falas de Eduardo é crucial para entender o impacto político e social de tais declarações nas dinâmicas do poder no país.

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