Brasil, 21 de julho de 2025
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Brasil teme corte de GPS pelos EUA em escalada de tensões

Disputa diplomática entre Brasil e EUA reacende discussão sobre risco de interrupção do sistema de posicionamento global.

A crescente tensão entre Brasil e Estados Unidos, agravada após novas tarifas impostas pelo governo de Donald Trump, trouxe à tona uma hipótese quase ficcional, mas com possíveis implicações graves: seria possível que os EUA cortassem o acesso ao sinal de GPS no território brasileiro? Embora improvável, esse cenário vem sendo discutido em bastidores diplomáticos e fóruns estratégicos.

Entendendo o sistema GPS e sua importância para o Brasil

O Sistema de Posicionamento Global (GPS) é uma constelação de até 31 satélites operados pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Desde sua origem militar, na Guerra Fria, o GPS evoluiu para uma ferramenta de uso civil em escala mundial, essencial para navegação, transporte, agricultura de precisão e operações industriais. Os sinais são transmitidos abertamente, mas o controle fica sob comando americano.

Potencial bloqueio por reprogramação remota

Embora a hipótese de corte seja considerada altamente improvável, ela não está descartada por especialistas. Segundo Marcelo Branquinho, CEO da TI Safe, um bloqueio poderia ser feito por reprogramação remota dos satélites, aplicando algoritmos para impedir a transmissão de sinais em determinada área. Mesmo com vazamentos de sinais para países vizinhos, a prática é tecnicamente possível.

Consequências de uma interrupção do GPS no Brasil

A dependência do Brasil do sistema GPS é profunda, atingindo setores estratégicos como energia elétrica, transporte, navegação marítima, aviação, e agricultura de precisão. Uma perda súbita e definitiva desse recurso comprometeria a operação técnica e a segurança cibernética de inúmeras infraestruturas essenciais. Como alerta Marcelo Branquinho:

“A perda desse recurso dificultaria a resposta a incidentes, paralisaria portos, interromperia plataformas de petróleo, mineradoras, ferrovias, aeroportos e até o abastecimento de alimentos e medicamentos.”

O especialista também destaca que, embora o Brasil tenha acordos com sistemas europeus, como o Galileo, e receba sinais de outros programas, como BeiDou (China) e GLONASS (Rússia), a maior parte das infraestruturas críticas ainda depende do GPS, principalmente aquelas instaladas antes de 2016.

Como um possível bloqueio poderia acontecer

O controle dos satélites GPS é remoto e aplicado por algoritmos. Para bloquear o sinal em determinado território, os EUA poderiam reprogramar os satélites ao aplicar coordenadas específicas, limitando a transmissão apenas ao espaço internacional. Mesmo vazamentos de sinais em países vizinhos não seriam impeditivos, especialmente em um cenário de maior agressividade geopolítica, como o envolvendo figuras como Donald Trump.

Impactos imediatos e origem do risco

Recebendo sinais constantes de rádio, receptores em celulares, veículos e dispositivos de navegação calculam a localização exata com base em cálculos de triangulação, que dependem da sincronização atômica dos satélites. Uma interrupção afetaria este sincronismo e causaria erros de localização, impactando toda a cadeia de serviços conectados ao sistema.

Em meio a essa perspectiva, o Brasil vem ampliando a cooperação com outros sistemas espaciais e discutindo a autonomia tecnológica em áreas estratégicas, como posicionamento, telecomunicações e defesa cibernética. “Falhas na sincronização podem gerar uma crise nacional de proporções enormes, com sistemas essenciais deixando de funcionar em poucos dias”, conclui Branquinho.

Fonte: O Globo

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