Brasil, 22 de julho de 2025
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Bolsonaro muda estratégia em relação à tornozeleira eletrônica

Ex-presidente faz aparições públicas com tornozeleira, desafiando ministros do STF e inflamando seguidores.

O ex-presidente Jair Bolsonaro tem adotado uma nova abordagem para lidar com a tornozeleira eletrônica que passou a usar recentemente. Desde sua instalação, o político parece ter alterado sua estratégia de comunicação, utilizando o equipamento não apenas como uma marca de sua situação judicial, mas também como um elemento de mobilização entre seus apoiadores.

A recusa inicial e a mudança de postura

Na última sexta-feira, Bolsonaro se negou a mostrar a tornozeleira em público. Ele afirmou em entrevista à rádio BandNews que se sente “humilhado” e “degradante” ao ter que usar o dispositivo. “Eu tenho vergonha de falar que estou com uma tornozeleira”, desabafou. Essa declaração inicial parecia indicar que o ex-presidente não pretendia aceitar a situação imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a utilização do equipamento como medida cautelar.

No entanto, apenas três dias depois, Bolsonaro surpreendeu a todos. Durante um evento no Congresso, ele ergueu a perna e puxou a barra da calça para exibir a tornozeleira a jornalistas e câmeras de televisão. Essa ação não foi apenas uma simples exibição do equipamento, mas uma tentativa clara de transformar a humilhação em um símbolo de resistência e indignação. “Isso aqui é o símbolo da máxima humilhação de uma pessoa inocente”, declarou após a coletiva com deputados do PL, seu antigo partido.

A estratégia de inflamar seguidores

Ao exibir a tornozeleira, Bolsonaro busca inflamar seus seguidores e direcionar críticas contra o STF. A intenção parece ser mobilizar seu eleitorado na contrariedade à decisão judicial que impôs a tornozeleira, apresentando-se como uma vítima de um sistema que, segundo suas próprias palavras, o trata de forma injusta. A estratégia política de Bolsonaro sempre se baseou em uma retórica de combate e resistência, e sua nova atitude com a tornozeleira se alinha com essa narrativa.

Na segunda-feira, durante um evento, ele aprofundou esse discurso, desafiando abertamente os ministros do STF: “Nós vamos enfrentar a tudo e a todos. O que vale para mim é a lei de Deus”, bradou. Essa fala é uma chamada à mobilização, não apenas para seus apoiadores, mas também para aqueles que se sentem descontentes com o atual cenário político brasileiro.

Consequências e reações

A nova postura de Bolsonaro em relação à tornozeleira eletrônica tem gerado reações diversas. Seus apoiadores, em grande parte, veem sua atitude como um símbolo de luta e resistência, enquanto críticos a consideram como mais uma estratégia retórica para desviar a atenção das questões legais que o cercam. Especialistas em política afirmam que essa tática pode ter tanto um efeito mobilizador quanto negativo, dependendo da forma como os eleitores percebem a validade de seus argumentos e a credibilidade de suas alegações de inocência.

Além disso, a relação entre Bolsonaro e o STF se tornou cada vez mais tensa. Ao usar a tornozeleira como um troféu de resistência, o ex-presidente coloca em questão a legitimidade das decisões judiciais e acirra a divisão entre seus apoiadores e opositores. Essa estratégia de confrontação busca galvanizar suas bases, mas também pode resultar em um aumento da polêmica em relação à sua jornada política futura.

Como a narrativa em torno da tornozeleira eletrônica evoluirá e quais serão os desdobramentos políticos a partir dessa nova postura de Bolsonaro ainda está por ser visto. O ex-presidente parece determinado a usar essa situação para reforçar sua imagem e desafiar o sistema que o colocou em tal condição. Contudo, o desfecho dessa questão continua dependendo da resposta não apenas do Judiciário, mas também da dinâmica política e social em todo o Brasil.

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