Brasil, 21 de julho de 2025
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Adolescente de 16 anos ataca escola no Rio Grande do Sul

Um ataque dentro de uma escola em Estação (RS) levanta questões sobre comportamento e prevenção de violência.

O ataque brutal ocorrido no dia 8 de julho na Escola Municipal Maria Nascimento Giacomazzi, em Estação, Rio Grande do Sul, resultou na morte do pequeno Vitor André Kungel Gambizari, de 9 anos, e deixou outras vítimas. O perpetrador, um adolescente de 16 anos, foi descrito como retraído e isolado, levantando um importante debate: até que ponto comportamentos silenciosos podem indicar riscos em ambientes escolares?

Entenda o caso do ataque em Estação

Segundo informações da Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS), o agressor chegou à escola por volta das 9h40, portando uma mochila. Ele alegou que estava lá para entregar um currículo e pediu para usar o banheiro, sob a supervisão de um monitor. Após sair do banheiro, o jovem, inexplicavelmente, dirigiu-se a uma sala de aula, retirou uma faca de sua mochila e iniciou um ataque contra colegas e professores.

  • O ataque resultou na morte de Vitor, esfaqueado no tórax, e ferimentos em duas outras meninas de 8 anos, além da professora que tentou protegê-los.
  • Enquanto uma das meninas recebeu alta médica no mesmo dia, a outra, que sofreu traumatismo cranioencefálico, passou por cirurgia e ficou na unidade por cinco dias.
  • Felizmente, o desfecho poderia ter sido ainda mais trágico se não fosse um treinamento de evacuação realizado na semana anterior, que ajudou a comunidade escolar a agir rapidamente.
  • O agressor foi contido por funcionários da escola, incluindo um monitor que utilizou uma pá para desarmá-lo enquanto ele ainda continuava a atacar.

As circunstâncias alarmantes deste ataque têm gerado questionamentos sobre a segurança nas escolas e os sinais de alerta para comportamentos agressivos entre jovens.

Desvendando o perfil do agressor

O delegado Jorge Fracaro Pierezan ressaltou que o perfil do adolescente que cometeu o ato é semelhante ao de muitos autores de ataques escolares, geralmente caracterizados por comportamento isolado e dificuldades de socialização. Entretanto, a coordenadora pedagógica Talita Rangel enfatiza que ser retraído não é um indicador claro de risco. Segundo ela:

“Nem sempre. Existem questões de personalidade que fazem parte do desenvolvimento infantil: alguns alunos são mais extrovertidos, outros mais tímidos, e isso é absolutamente natural.”

Causas da agressividade em ambiente escolar

A profissional destaca que muitos comportamentos agressivos podem estar relacionados a fatores externos, como conflitos familiares, situações de negligência e exposição à violência. “Mudanças emocionais percebidas no ambiente escolar muitas vezes têm origem fora dele”, afirma Rangel.

Além disso, Rangel menciona que é possível distinguir um aluno tímido de um que está enfrentando dificuldades emocionais. O aluno que passa por sofrimento emocional costuma apresentar mudanças em seu comportamento, algo que a comunidade escolar deve ver com atenção.

Atuação da escola como prevenção

Para evitar tragédias como essa, a escola deve manter um canal de comunicação aberto com as famílias e buscar entender o que pode estar acontecendo na vida dos alunos. “A escola deve estar atenta aos aspectos emocionais e sociais dos alunos e contribuir para um ambiente seguro e acolhedor”, explica Talita Rangel.

Treinamento de evacuação: um fator crucial

O delegado Pierezan destacou que o treinamento de evacuação real ocorrido na escola foi determinante para evitar que o ataque resultasse em um número maior de vítimas. “As crianças souberam como agir em situações de perigo, e a evasão da escola foi realizada em tempo recorde.”

Consequências do ato infracional

A Polícia Civil concluiu que o ataque foi um ato infracional análogo a homicídio consumado, resultando em um processo judicial que será encaminhado ao Ministério Público do Rio Grande do Sul. O adolescente está internado provisoriamente em um centro de atendimento socioeducativo e poderá permanecer por um período de até três anos, dependendo da decisão judicial.

O caso de Estação não é um evento isolado, mas uma evidência da necessidade de estarmos atentos aos sinais dentro e fora da escola. O verdadeiro desafio consiste em garantir que todos os alunos se sintam seguros e apoiados em seu ambiente escolar, promovendo ações preventivas eficazes e uma observação cuidadosa do comportamento dos jovens.

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