Recentemente, discussões entre professores nas redes sociais destacaram um aumento preocupante na misoginia entre meninos do ensino fundamental e médio. Eles relataram que padrões de comportamento misógino, incluindo discursos que desrespeitam mulheres e elogios a influenciadores como Andrew Tate, estão se tornando cada vez mais presentes nas salas de aula.
Algoritmos e influência digital contribuem para o crescimento da misoginia
Professores afirmam que os algoritmos de plataformas como TikTok e YouTube reforçam conteúdos alt-right e de misoginia, alimentando pensamentos negativos em jovens. Segundo a educadora -dudess, após o período eleitoral, ela notou meninos de quinta série proferindo frases como “seu corpo, minha escolha”, o que ela considera “horripilante”.
Especialistas explicam que o algoritmo favorece esse tipo de conteúdo, criando uma espécie de câmara de eco que radicaliza as opiniões dos adolescentes. “Uma vez que eles se viciam nesse conteúdo, fica difícil escapar”, afirma a professora BugMillionaire, mencionando estudos que mostram como a customização das redes sociais aumenta a exposição a mensagens extremistas.
Comportamento na sala de aula e desafios para os professores
Professores relatam que meninos de diferentes idades adotam expressões misóginas em sala de aula, muitas vezes sem perceber a gravidade. Uma docente de ensino médio comenta que os estudantes assistem a vídeos de influenciadores e, mesmo dizendo que não levam tudo a sério, continuam a reproduzir comentários machistas.
Há também relatos de estudantes de séries iniciais exibindo atitudes misóginas, como elogios indevidos ou questionamentos sobre liderança feminina, o que evidencia a gravidade do problema desde cedo.
Respostas docentes e estratégias de enfrentamento
Professores destacam a importância de abordar o tema com firmeza, promovendo o respeito às diferenças e combatendo a misoginia de forma direta. “Não devemos deixar passar esse tipo de comportamento, assim como não tolerar racismo ou outras formas de ódio”, afirma o educador toddkhamilton, que atua desde os anos 2000.
Alguns adotam uma postura mais ativa, identificando meninos influenciados por esses conteúdos e conversando de maneira franca, condenando figuras como Andrew Tate e explicando os perigos de ideologias extremistas.
Impactos sociais e necessidade de diálogo
O aumento de atitudes misóginas alimenta um ambiente escolar mais hostil e desigual, reforçando o ciclo de desigualdade de gênero desde a infância. Especialistas e educadores reforçam a necessidade de conversas abertas sobre esses temas, envolvendo pais, estudantes e professores.
Segundo o educador Leucippus1, o combate a esse fenômeno requer atenção às influências digitais, além de ações educativas que promovam o respeito e a igualdade de gênero em todos os níveis escolares.
Futuro da discussão sobre misoginia na infância
Especialistas sugerem que ações preventivas e o acompanhamento mais próximo dos estudantes podem ajudar a frear esse avanço. Ainda assim, é fundamental que a sociedade como um todo dialogue sobre o papel dos algoritmos e a educação para valores de respeito e diversidade.
Professores e familiares têm um papel crucial nesse processo, promovendo conscientização desde cedo e criando ambientes mais inclusivos para o desenvolvimento saudável das crianças e adolescentes.