Brasil, 18 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Vaticano destaca urgência no combate à pobreza na ONU

O representante da Santa Sé na ONU enfatiza a dívida ecológica e a prioridade da comunidade internacional no combate à pobreza.

No contexto de debates recentes na ONU, o observador permanente da Santa Sé, dom Gabriele Caccia, enfatizou a persistente realidade da pobreza e a necessidade urgente de a comunidade internacional priorizar o combate a essa questão. Em discursos feitos no Fórum Político de Alto Nível, ele confraternizou a situação crítica que muitos países enfrentam devido ao peso da dívida ecológica, salientando que esta realidade impacta fortemente os países africanos menos desenvolvidos e sem litoral.

As consequências da dívida sobre a pobreza

Em uma de suas falas, no dia 15 de julho, dom Caccia abordou o impacto da pobreza sobre milhões de pessoas, que, segundo ele, são despojadas de seu bem-estar material e da dignidade que lhes é conferida por Deus. Ele também destaca que tal situação mina o desenvolvimento humano integral. O apelo do Vaticano é claro: a pobreza deve ser a prioridade central de ações coletivas. “Não se trata apenas de uma questão econômica, mas de um imperativo moral”, declarou.

Caccia observou que a dívida soberana é um entrave significativo para o progresso dos países em desenvolvimento. “É impossível erradicar a pobreza quando 3,4 bilhões de pessoas vivem em países que gastam mais com juros da dívida do que com saúde e educação”, alertou ele, pedindo uma redução imediata da dívida, bem como seu cancelamento e reestruturação, especialmente para os países africanos que enfrentam níveis insustentáveis de endividamento.

Reconhecimento da dívida ecológica

No dia seguinte, 16 de julho, o arcebispo Caccia voltou a discursar destacando a importância da questão ecológica, especialmente no contexto dos Pequenos Estados insulares em desenvolvimento (PEID). Ele ressaltou que quase 40% desses países já estão em situação de superendividamento ou em alto risco financeiro. O Vaticano propõe que a comunidade internacional reconheça a dívida ecológica, que revela a disparidade entre países do Norte e do Sul do globo, uma disparidade que aflige os países mais pobres e vulneráveis, que enfrentam os maiores impactos das mudanças climáticas.

A necessidade de reforma na arquitetura global da dívida

Ao reiterar a urgência de uma reforma na arquitetura da dívida global, a Santa Sé pediu que essa nova estrutura leve em consideração as vulnerabilidades dos países em desenvolvimento, promovendo justiça ambiental e colocando a dignidade humana no centro das preocupações. Dom Caccia afirmou que a redução da dívida pode gerar oportunidades para que esses países invistam em infraestrutura, saúde e educação, essenciais para seu desenvolvimento.

“Restam apenas cinco anos para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, lembrou ele, apelando para que a comunidade internacional atue com urgência renovada para libertar os PEID dos ciclos viciosos de endividamento e desastres. Ao encerrar sua fala, Caccia citou o Papa Leão XIII e mencionou a importância da restituição e redistribuição de riquezas acumuladas injustamente, como um caminho para a reconciliação pessoal e civil.

Assim, a posição da Santa Sé epitomiza uma voz forte em defesa da dignidade humana e um apelo ao compromisso renovado da comunidade internacional para a construção de um futuro mais justo e equitativo, onde a pobreza não prevaleça.

Para mais detalhes sobre as falas de dom Gabriele Caccia na ONU, acesse o artigo completo na Vatican News.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes