O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está articulando a implementação de tarifas específicas por setor, que entrarão em vigor juntamente com tarifas por país prometidas para as próximas duas semanas. A medida visa intensificar a revisão da posição do país no sistema comercial global, penalizando importações estrangeiras.
Tarifas setoriais e por país em foco na estratégia de Trump
Segundo fontes próximas ao governo, autoridades americanas podem divulgar detalhes de uma tarifa de 50% sobre o cobre antes de sua entrada em vigor, prevista para 1º de agosto. Essa mesma data também marca o início de tarifas recíprocas sobre produtos de mais de 100 países, estabelecendo uma nova fase na guerra comercial dos EUA.
O anúncio das tarifas sobre cobre faz parte de um pacote que inclui ainda tarifas sobre medicamentos, chips, madeira, minerais críticos e outros produtos. Uma fonte familiarizada com o tema afirmou que, após as ações sobre cobre, a equipe de Trump discute a possibilidade de fazer anúncios em sequência sobre esses outros setores, embora essa ordem possa sofrer alterações.
Tarifas sobre medicamentos e chips”
Trump informou na terça-feira que provavelmente imporá tarifas sobre produtos farmacêuticos até o fim do mês, começando com uma tarifa baixa para dar um período de adaptação às farmacêuticas. No mês passado, o presidente chegou a declarar que as tarifas poderiam atingir até 200%, incluindo medicamentos como Ozempic e Keytruda, se o governo assim desejar.
Adicionalmente, tarifas sobre semicondutores, incluindo chips utilizados em eletrônicos de consumo, estão entre as próximas ações planejadas. Segundo Trump, essas tarifas são menos complexas do que as tarifas sobre medicamentos ou minerais, e o governo pode anunciar medidas mais rapidamente.
Impacto no mercado e na indústria
O impacto das novas tarifas será sentido na alta de custos de importação, afetando produtos como smartphones, laptops, automóveis e componentes, com uma possível elevação de preços ao consumidor final. Investidores veem a estratégia de Trump como uma tentativa de renegociar condições comerciais, embora haja cautela quanto aos efeitos de longo prazo na economia global.
Embora o governo dos EUA tenha iniciado investigações para estabelecer tarifas por motivos de segurança nacional, a complexidade do processo e as resistências internas indicam que as ações poderão ser moderadas ou adiadas. Além disso, a guerra tarifária dos EUA também além dos setores tradicionais, como aço e alumínio, inclui produtos considerados essenciais e minerais críticos, como o litio, importante para produção de veículos elétricos.
Reações internacionais e negociações
Países como União Europeia, Japão e Índia tentam negociar isenções ou reduzir as tarifas recíprocas. Segundo fontes, o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, conduz as tarifas por país, enquanto o secretário de Comércio, Howard Lutnick, responde pelas tarifas setoriais, agravando as negociações devido às diferentes abordagens.
Além disso, a investigação sobre minerais críticos, como o lítio, busca acelerar a extração doméstica para reduzir a dependência dos EUA em relação à China, principal produtora mundial. Empresas brasileiras, como a Embraer, também podem ser afetadas pelas tarifas americanas, sobretudo na exportação de aviões.
Perspectivas futuras
Analistas alertam que, enquanto as tarifas tentam fortalecer a posição dos EUA, elas podem gerar escassez de oferta e dificultar o abastecimento de mercados globais. A resposta dos aliados e concorrentes será fundamental para definir o impacto a longo prazo dessa nova fase de guerra tarifária promovida por Trump.
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