Brasil, 18 de julho de 2025
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Polícia investiga desvios milionários na Apae de Bauru

Novos mandados foram cumpridos em investigação que envolve a Apae de Bauru, onde ex-secretária e outros réus estão implicados.

A investigação sobre desvios milionários na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Bauru ganhou novos desdobramentos com a convocação de uma audiência de instrução marcada para os dias 17 e 24 de outubro. O caso, que se intensificou após o desaparecimento da secretária executiva da entidade, Cláudia Lobo, em agosto de 2024, conta agora com 12 réus a serem ouvidos no Fórum da cidade.

Desvio de recursos e assassinato: um caso complexo

O principal réu do caso, Roberto Franceschetti, que já foi presidente da Apae, está detido em Guarulhos, SP, acusado não só de envolvimento nos desvios financeiros, mas também pelo assassinato de Cláudia Lobo. A Justiça, sob a presidência do juiz Jair Antonio Pena Júnior, busca esclarecer a complexidade deste caso que mescla corrupção e crime violento.

Além de Franceschetti, outros réus incluem Leticia da Rocha Prado Lobo, Ellen Souza, e mais oito pessoas que, segundo as investigações, estavam envolvidas em um esquema que desviava recursos que deveriam ser destinados ao auxílio de pessoas com deficiência. A audiência terá a presença dos acusados, que poderão apresentar suas defesas e contribuir para a coleta de novas provas.

Investigação conduzida pelo Gaeco

A apuração é coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco) e pelo Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (Seccold). Os crimes imputados aos acusados incluem peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa, refletindo a gravidade dos atos cometidos em detrimento da Apae, que deveria ser um refúgio seguro e apoio para muitas famílias.

Como funcionava o esquema de desvio?

De acordo com as investigações da Polícia Civil, Franceschetti superfaturava notas fiscais através de contratos firmados com a Apae para serviços de manutenções e reparos. Inicialmente, o valor do contrato era de R$ 9 mil mensais, mas foi aumentado para R$ 20 mil em 2024, levando a um total de repasses que alcançavam a cifra de R$ 600 mil. A informação foi confirmada pelo delegado responsável pelo caso, Glaucio Stocco, que destacou que parte dessa quantia retornava para o ex-presidente da instituição.

Desdobramentos e próximas etapas da investigação

A operação policial que culminou na prisão de sete indivíduos em dezembro de 2024 foi um ponto crucial dentro desse processo, mostrando a seriedade e a profundidade das irregularidades encontradas. Essa ação foi realizada em paralelo às investigações sobre o desaparecimento e assassinato de Cláudia Lobo, da qual Franceschetti é também o principal acusado.

Nos dias 9 e 10 de outubro, o ex-presidente enfrentará um júri popular pela morte de Cláudia, enquanto outro réu, Dilomar Batista, terá que responder por ocultação de cadáver e fraude processual. Esses eventos sinalizam a urgência e a relevância social do caso, que não apenas expõem uma rede criminosa, mas também afetam diretamente a comunidade assistida pela Apae.

Conclusão

A audiência programada para outubro será um momento decisivo para o andamento das investigações. A presença dos réus e a coleta de novas provas poderão auxiliar na clarificação dos fatos e na responsabilização dos envolvidos. O que se espera, além da punição dos responsáveis, é que a situação da Apae Bauru possa ser normalizada, garantindo que aqueles que necessitam de apoio continuem a receber a assistência necessária, sem que interesses pessoais comprometam a finalidade da instituição. As consequências deste caso ecoarão pela sociedade e é um lembrete da necessidade de vigilância sobre a gestão de instituições que lidam com recursos públicos e apoio a grupos vulneráveis.

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