A ex-jogadora e treinadora Pia Sundhage, que deixou a seleção brasileira em agosto de 2023, retoma sua carreira em alto nível ao assumir a seleção da Suíça. Sua nova missão é especialmente significativa, já que a Suíça é a anfitriã da Eurocopa de 2025. Após uma classificação intrigante, Pia agora dirige sua equipe nas quartas de final contra a Espanha, que ocorre nesta sexta-feira, às 16h (horário de Brasília), e a pressão para avançar no torneio é palpável.
O caminho da Suíça até as quartas de final
A jornada da seleção suíça na Eurocopa começou com um misto de esperanças e frustrações. Na estreia, a equipe enfrentou a Noruega e saiu derrotada, mesmo tendo iniciado o jogo na frente. O empate da Noruega foi doloroso e, quatro minutos depois, um gol contra condenou a seleção suíça a um começo decepcionante no torneio. Contudo, fazem parte das competições internacionais superações e reviravoltas, e na segunda partida, a Suíça finalmente quebrou seu jejum de vitórias ao derrotar a Islândia, uma seleção considerada menos competitiva, com um desempenho convincente.
O ponto decisivo, no entanto, ocorreu na rodada final, onde a equipe parecia à beira da eliminação. Com 1 a 0 contra a Finlândia a favor dos adversários e a torcida apreensiva no Estádio de Genebra, Pia fez substituições estratégicas que mudaram o rumo da partida. A entrada de Lehmann e Xhemaili proporcionou um novo fôlego à equipe, culminando em um gol salvador que garantiu a vaga no mata-mata do torneio pela primeira vez na história suíça.
Uma classificação histórica e seus desafios
A classificação às quartas de final representa um marco significativo para a Suíça, que nunca havia avançado além da fase de grupos em competições internacionais anteriores, como as edições de 2017 e 2022 da Eurocopa. A equipe também participou das últimas três Copas do Mundo, tendo alcançado as oitavas de final em 2015 e 2023, nas quais sofreu uma dura derrota para a própria Espanha, campeã do mundo naquele ano. Esse passado pesa nas expectativas, mas também serve como motivação para a nova comissão técnica.
Pia Sundhage e sua experiência como treinadora
Pia Sundhage já conta com uma rica trajetória tanto como jogadora, campeã da Euro em 1984, quanto como treinadora. Ao longo de sua carreira, assumiu a direção técnica da seleção sueca, onde alcançou resultados notáveis, chegando às semifinais em 2013 e às quartas de final em 2017. Nesses torneios, suas equipes enfrentaram as futuras campeãs, o que contribui para sua vasta experiência dentro e fora de campo.
Neste novo desafio, Pia reconhece a dificuldade que a partida contra a Espanha representa. Ela classificou o confronto como “o maior desafio de todos”, levando em conta que enfrenta as atuais campeãs mundiais, no momento decisivo do torneio e em território nacional. O tom de sua análise é otimista, mas realista. “Precisamos agarrar esse momento”, afirma a treinadora.
Recursos emocionais e estratégias de união
Durante sua passagem pela seleção brasileira, Pia teve que lidar com a intensidade emocional das jogadoras e, com sua nova equipe, recorre a métodos criativos para inspirar suas atletas. Um dos recursos que utilizou foi a exibição de vídeos inspiradores, inclusive relembrando o histórico jogo da Copa do Mundo masculina de 2010, quando a Suíça surpreendeu a Espanha com uma vitória por 1 a 0.
Pia acredita que compartilhar histórias significativas pode fortalecer a união da equipe e gerar a energia e mentalidade necessárias para conquistar um resultado positivo. “Se essa união funcionar, temos uma chance”, reflete, ciente de que o resultado depende não apenas do individual, mas também do coletivo.
A expectativa cresce para o grande jogo e os torcedores da Suíça depositam suas esperanças na nova orientação de Pia Sundhage. Com seu comprometimento e experiência, ela busca não apenas um lugar nas semifinais, mas também um marco na história do futebol feminino na Suíça.
O confronto contra a Espanha promete ser um espetáculo esportivo irresistível, testando os limites da equipe suíça e a capacidade de Pia de transformar desafios em vitórias.