O paraquedista austríaco Felix Baumgartner, conhecido mundialmente por seu salto histórico de uma cápsula na estratosfera, faleceu nesta quinta-feira aos 56 anos. Sua morte foi confirmada após um trágico acidente de parapente na Itália. Com o lema “nascido para voar” tatuado em seu corpo, Baumgartner já havia quebrado a barreira do som, atingindo uma velocidade de 1.357,6 km/h durante seu salto impressionante, que aconteceu em 14 de outubro de 2012, e que entrou para o livro dos recordes.
Um acidente trágico
O corpo de Baumgartner foi localizado na região de Marche, no norte da Itália, por bombeiros locais, segundo informações da agência AFP. O acidente ocorreu quando o austríaco perdeu o controle de seu parapente e caiu na piscina de uma casa de férias em Porto Sant’Elpidio, ferindo levemente uma jovem que se encontrava no local. Apesar da gravidade da situação, foi relatado que ele já estava sem vida no momento do impacto.
Recordista de aventuras
Felix Baumgartner nasceu em Salzburgo, na Áustria, e desde jovem sonhava em voar. Em sua juventude, trabalhou como mecânico de carros e motocicletas enquanto buscava maneiras de alcançar seus sonhos. Seu amor por voar começou a se concretizar em 1986, quando ele realizou seu primeiro salto de paraquedas. Ao longo dos anos, construiu uma carreira repleta de feitos impressionantes, sendo um dos saltos mais notáveis o feito na cidade maravilhosa, em 1999, quando saltou da mão do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, apenas 29 metros do chão.
Baumgartner também é conhecido por ser piloto de helicóptero e balão, entusiasta de boxe e escalada, e por quebrar, em duas ocasiões, o recorde de salto BASE mais alto de um prédio. Entre outras conquistas, em 2003, ele completou a primeira “travessia em queda livre” do Canal da Mancha, saltando de uma aeronave e voando da Inglaterra para o norte da França utilizando um par de asas de carbono.
Um legado polêmico
Embora seu legado no mundo do paraquedismo e da aviação seja inegável, Baumgartner também era uma figura controversa. Vivendo entre a Suíça e os Estados Unidos, ele frequentemente se via envolto em controvérsias políticas devido às suas opiniões sobre temas sociais e ambientais. Nas redes sociais, chegou a zombar da luta contra as mudanças climáticas e criticou partidos ambientalistas e defensores dos direitos LGBTQ+. Essas posturas, frequentemente polarizadoras, geravam tanto apoio quanto repulsa entre seus seguidores.
Apesar de sua fama e suas controvérsias, Baumgartner sempre se destacou como alguém apaixonado pela vida e pela aventura. Em uma das suas declarações mais memoráveis, ele disse: “Detesto quando me chamam de caçador de emoções ou viciado em adrenalina, porque não sou. Gosto de todo esse planejamento.” Sua fala revela um raro insight sobre a mentalidade de um atleta extremo, que valoriza a preparação e o respeito pelo perigo que enfrenta.
Reflexões sobre a sua vida
Felix Baumgartner foi um homem cujos sonhos o levaram a alturas que poucos poderiam imaginar. Ele não apenas quebrou recordes, mas também inspirou uma geração a sonhar mais alto. Sua jornada começou nas árvores da infância e culminou nas profundezas da estratosfera, onde ele se tornou uma lenda. Sua morte, embora trágica, serve como um lembrete da fragilidade da vida, mesmo para aqueles que se sentem invencíveis.
Em homenagem a um verdadeiro pioneiro do paraquedismo e um espírito livre, o legado de Felix Baumgartner perdurará não apenas por seus recordes, mas pela paixão contagiante que ele inspirou em muitos que o seguiram. A comunidade de esportes radicais lamenta sua perda, mas celebra sua vida repleta de desafios e conquistas.