Brasil, 18 de julho de 2025
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Líderes religiosos visitam Gaza após ataque a igreja católica

A visita ocorre após um ataque israelense que resultou em mortes e feridos, incluindo um padre amigo do Papa Francisco.

No último fim de semana, líderes de alto escalão da Igreja Católica estiveram em Gaza após um ataque com um projétil israelense que atingiu a única igreja católica da região. O ataque, que ocorreu na quinta-feira, deixou três mortos e dez feridos, entre os quais estava o padre que tinha uma amizade próxima com o falecido Papa Francisco.

A agressão provocou uma onda de condenações internacionais, incluindo uma declaração de lamentação do Papa e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O governo israelense, que se desculpou pelo ataque e afirmou que se tratou de um acidente, já tinha intensificado os ataques em Gaza desde o término de um cessar-fogo em março. Os últimos bombardeios resultaram em 18 mortes em uma única noite, segundo relatórios de autoridades de saúde locais.

Líderes da Igreja organizam ajuda e evacuações

A delegação religiosa, que incluiu o Patriarca latino de Jerusalém, Cardeal Pierbattista Pizzaballa, e o Patriarca grego ortodoxo, Theophilos III, manifestou solidariedade em relação à situação trágica do povo palestino. Esta visita, que é considerada rara devido às severas restrições que Israel impôs à entrada em Gaza desde o início do conflito, teve como objetivo reforçar a “solicitude pastoral compartilhada das Igrejas da Terra Santa”.

Os líderes religiosos visitaram a Igreja da Sagrada Família, que foi danificada pelo bombardeio. Durante a visita, ficaram encarregados de organizar a entrega de mais de 200 toneladas de alimentos, suprimentos médicos e outros itens essenciais para a população local, que, segundo especialistas, está à beira da fome, em decorrência do conflito e das ofensivas militares israelenses.

Em uma chamada com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o Papa renovou seu apelo por negociações para encerrar a guerra de 21 meses e expressou sua preocupação com a situação humanitária em Gaza, que tem como principais vítimas as crianças, idosos e doentes. Netanyahu expressou seus pêsames pelas vítimas do ataque à igreja e declarou que o exército israelense está investigando o incidente.

“Estamos impossibilitados de retirá-los, nem mesmo em pequenos pedaços”

Os ataques israelenses frequentemente atingem escolas, abrigos e hospitais. Autoridades de saúde locais relataram que tal violência tem causado um clima de total insegurança na região, exacerbado pelos últimos bombardeios em resposta ao ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023. Na madrugada de sexta-feira, mais 18 palestinos perderam a vida, incluindo quatro membros da mesma família em um ataque na cidade de Khan Younis.

Imagens da Associated Press mostram o desespero dos moradores que buscavam por corpos entre os escombros, enquanto uma mãe chorava a morte de sua filha, também vítima de um ataque às posições civis. Desde o início do conflito, aproximadamente 18.000 crianças palestinas foram mortas conforme relatórios do Ministério da Saúde de Gaza.

O exército israelense declarou que suas operações visam desmantelar a capacidade militar do Hamas e que são tomadas precauções para mitigar os danos aos civis, embora os números sugiram o contrário.

Mais três mortos ao buscar ajuda

Outra tragédia foi registrada quando três pessoas foram mortas enquanto tentavam chegar a um local de ajuda da Gaza Humanitarian Foundation, uma entidade apoiada por Israel. Testemunhas afirmaram que não houve violência durante a distribuição de aid e que as multidões estavam sob controle. Contudo, desde que as operações começaram, muitos palestinos têm sido mortos por soldados israelenses, principalmente ao tentarem chegar aos pontos de ajuda.

O ataque do Hamas ao sul de Israel resultou em aproximadamente 1.200 mortes, principalmente entre civis, e na captura de 251 pessoas, muitas delas já liberadas em acordos de cessar-fogo. Até agora, mais de 58.600 palestinos foram mortos na retaliação israelense, com mais da metade das vítimas sendo mulheres e crianças, segundo o mesmo Ministério da Saúde, que, embora sob controle do Hamas, é composto por profissionais médicos. As Nações Unidas e outras organizações internacionais consideram os números fornecidos por esse ministério como a contagem mais confiável das vítimas da guerra.

À medida que a situação em Gaza continua a se agravar, a necessidade urgente de ajuda humanitária e soluções pacíficas se torna cada vez mais premente. Líderes religiosos e políticos, como o Papa, fazem apelos pela paz e pela preservação da vida, enquanto os civis permanecem no centro do conflito devastador.

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