Na última sexta-feira, uma operação da Polícia Federal (PF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gerou reações intensas nas redes sociais, especialmente entre os governadores alinhados ao bolsonarismo. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e incluiu mandados de busca e apreensão na residência e no escritório de Bolsonaro, além de medidas cautelares como uso de tornozeleira eletrônica, proibições de contato com outros investigados e restrições nas redes sociais.
A reação dos governadores
Entre os governadores que se manifestaram, Tarcísio de Freitas (Republicanos) de São Paulo, expressou apoio ao ex-presidente em uma mensagem nas redes sociais. Ele escreveu: “Força, Jair. Coragem é um atributo que nunca lhe faltou, e não vai faltar agora”. Na mensagem, Tarcísio também mencionou que “se as humilhações trazem tristeza, o tempo trará a justiça”. Apesar do tom solidário, ele evitou criticar diretamente a operação ou as medidas cautelares impostas.
Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, foi mais incisivo em sua crítica, chamando a operação de “mais um ato absurdo de perseguição política” e questionando a legalidade das ações tomadas contra o ex-presidente. Zema afirmou que as medidas, incluindo a censura nas redes sociais e a obrigação de usar tornozeleira eletrônica, caracterizam abusos de poder por parte das autoridades.
Cláudio Castro (PL-RJ), que visa uma candidatura ao Senado em 2026, também se manifestou em apoio a Bolsonaro, afirmando que ele sempre se colocou à disposição da Justiça e que a democracia exige a preservação do direito à defesa. Castro compartilhou uma foto ao lado do ex-presidente, reiterando seu suporte em momentos difíceis.
Outro governador, Jorginho Mello (PL-SC), falou sobre a “violência” que, segundo ele, é provocada por interesses políticos em detrimento do ex-presidente. Ele ressaltou, no entanto, que é momento de “baixar a fervura” e buscar uma distensão no ambiente político, indicando uma preocupação com a polarização do cenário atual.
Disputas eleitorais em foco
A situação envolvendo Bolsonaro também se relaciona com o cenário eleitoral em 2026. Eduardo Leite (PSD), governador do Rio Grande do Sul, criticou a disputa política que pode estar influenciando tarifas de produtos brasileiros nos Estados Unidos, tarefa que ele acredita deve ser priorizada em discussões nacionais. Leite indicou que, enquanto um campo político aproveita a situação eleitoral, o país permanece em segundo plano.
É importante notar que, entre os possíveis candidatos à presidência em 2026, alguns, como Ronaldo Caiado (União) e Ratinho Júnior (PSD), preferiram não se manifestar até o momento sobre a operação ou a situação de Bolsonaro, talvez calculando o impacto que suas declarações poderiam ter em suas respectivas bases eleitorais.
Impacto e repercussões
As manifestações dos governadores refletem não apenas a lealdade ao ex-presidente, mas também uma crescente preocupação com a percepção de abusos de autoridade e a possibilidade de uma alegada perseguição política, um tema que ressoa com seus apoiadores e no contexto mais amplo da política brasileira. A operação da Polícia Federal e suas consequências poderão moldar o cenário político nos próximos anos, à medida que diferentes grupos tentam capitalizar sobre a situação e reforçar suas posições em vistas às eleições futuras.
No entanto, será crucial acompanhar as reações tanto da base bolsonarista quanto de outros grupos políticos, à medida que a situação se desenvolve. Afinal, os desdobramentos desse caso podem influir diretamente não só na carreira de Bolsonaro, mas também nos rumos políticos do Brasil nos próximos anos.