Brasil, 18 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Família brasileira denuncia crimes de violência e violação de direitos em Portugal

Homem relata episódios de maus-tratos e casos de perseguição por parte do Estado português, enquanto mãe afirma ter sido enganada e coerção

Um trabalhador da construção civil brasileiro, Jeferson, denunciou episódios de violência doméstica e maus-tratos envolvendo sua esposa e o filho de um ano e meio, ocorridos em Portugal. Segundo ele, a advogada Jennifer Dallegrave foi acionada para cuidar do caso, que inclui acusações de cárcere privado e abuso psicológico, confirmados ao Portugal Giro.

Relatos de maus-tratos e violência doméstica

Jeferson afirmou ao blog que pediu à advogada para ingressar na Justiça contra a mãe do bebê devido a episódios de cárcere privado, maus-tratos com a grávida e condições de prisão em cômodos pequenos, onde o bebê estaria preso. “Ela mandava áudios chorando, pedindo para abrir a porta para entrar ar no quarto. Um vídeo do meu bebê chorando, apavorado, olhando para porta do quarto onde estava preso – comparado a um sequestro”, afirmou.

Ele também reportou que a polícia foi chamada diversas vezes para casos de violência doméstica, que envolveriam agressões físicas e psicológico. Além disso, relatou ameaças relativas à retirada do filho, o que, segundo ele, teria motivado a ação judicial.

Retenção do bebê e situação nos hospitais

Como revelou o Portugal Giro, Larissa, mãe do bebê, e a criança ficaram retidos por 20 dias em hospitais de Lisboa e Torres Novas, entre 21 de junho e 11 de julho. A saída ocorreu após ela, grávida de dois meses, cumprir o ultimato de apresentar passagens de retorno ao Brasil.

Ela declarou que foi enganada ao assinar documentos das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), que ameaçaram tirar a criança de seu convívio alegando presenciar cenas de violência doméstica. “Ela enviava áudios chorando, pedindo para abrir a porta do quarto”, relatou Jeferson. “Um vídeo mostra o bebê chorando, assustado, olhando para a porta onde estaria preso”.

Questionamentos às ações do Estado português e abusos alegados

Dallegrave afirmou que “jamais poderiam ter ameaçado com a retirada do filho” durante a internação nos hospitais de Abrantes e Torres Novas. Ela também criticou a atuação dos órgãos de proteção, afirmando que há um abuso por parte do Estado contra imigrantes vulneráveis. “Se querem garantir o bem-estar dos menores, não é mantê-los presos em quartos de hospital, expostos às piores doenças e bactéria resistente”, avalia.

A advogada destacou ainda a preocupação com o aumento de casos envolvendo brasileiros e a CPCJ, muitas vezes marcados por falhas de mediação cultural e falta de suporte às famílias. Ela também observou que o ambiente criado por discursos mais rigorosos pode legitimar abusos, como a aplicação de tornozeleiras em crianças, como teria ocorrido com o bebê de Larissa, cuja tornozeleira apitava ao cruzar uma linha amarela.

Perseguição e contexto de vulnerabilidade

Segundo Dallegrave, há uma percepção de perseguição por parte do órgão de proteção às crianças, com relatos de que a intervenção ocorreu sob uma “imposição autoritária” e sem respaldo adequado. Ela indicou que uma campanha de denúncia foi iniciada por um grupo de mães brasileiras, acusando a CPCJ de perseguição e de falhas de mediação cultural.

Jeferson explicou que continua em Portugal, embora sem documentos e com trabalho irregular. Ele afirmou: “Contribuo há nove meses com impostos, mas não posso fazer o pedido de regularização porque acabaram com a manifestação de interesse”.

Resposta das autoridades e situação atual

A CPCJ de Torres Novas confirmou que realizou um processo de promoção e proteção ao filho do casal, com consentimento dos pais, e que uma alternativa foi aprovada em articulação com a família. O Ministério da Saúde de Portugal não respondeu às tentativas de contato até o momento.

Apesar dos episódios relatados, o drama segue em andamento, com o pai aguardando uma possível definição judicial e a mãe buscando reverter a situação, enquanto acusa o Estado de violar direitos e vulnerabilizar famílias imigrantes. O relato reforça a complexidade das ações de proteção infantil, especialmente em contextos de imigração e diferenças culturais.

Para mais detalhes, acesse o fonte original.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes