O atacante Dudu, atualmente jogando pelo Atlético-MG, foi punido nesta sexta-feira pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) devido a ofensas misóginas direcionadas à presidente Leila Pereira, do Palmeiras. O atleta, de 33 anos, recebeu uma suspensão de seis jogos e uma multa de R$ 90 mil, em decorrência do artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva.
Decisão do STJD e seus desdobramentos
A decisão foi anunciada por unanimidade pela 5ª Comissão Disciplinar do STJD, e cabe recurso por parte do jogador. O julgamento ocorreu na manhã desta sexta-feira, e apenas a presidente Leila Pereira compareceu à sessão. A conduta de Dudu, que incluiu postagens ofensivas nas redes sociais em janeiro deste ano, foi considerada inaceitável. Em suas postagens, ele afirmou: “O caminhão estava pesado e mandaram eu sair pelas portas do fundo!!! Minha história foi gigante e sincera, diferente da sua, senhora Leila Pereira. Me esquece. VTNC.”
Conflitos entre Dudu e Leila Pereira
O embate entre Dudu e Leila Pereira começou a ganhar mais repercussão na semana passada, quando Dudu registrou uma queixa-crime contra a dirigente do Palmeiras. Essa queixa é uma resposta às declarações feitas por Leila nos últimos meses e está sendo analisada pela 13ª Vara Criminal da Comarca de São Paulo. O conflito se intensificou após a rescisão do contrato do jogador no final de 2024. As tensões, no entanto, já estavam presentes desde meados do ano passado, quando o atacante chegou a ser anunciado pelo Cruzeiro, mas posteriormente decidiu não seguir com a negociação.
Em uma entrevista ao Sportv, Leila criticou Dudu por não ter cumprido o acordo com o Cruzeiro, afirmando que, para o Palmeiras, ele já estava negociado. Este episódio acirrou ainda mais os ânimos entre os dois.
Novas declarações e reações
No início de 2025, Leila novamente se dirigiu a Dudu de forma crítica, afirmando que o atacante Rony tinha uma postura diferente, saindo do clube “de forma honrosa”, ao contrário de Dudu, que teria “saído pelas portas dos fundos”. Essa declaração gerou uma nova onda de reações nas redes sociais, onde Dudu fez críticas diretas à presidente e usou palavras ofensivas.
Após a troca de ofensas e acusações, Leila Pereira anunciou que processaria Dudu, alegando que não o havia ofendido e que a reação dele era “desproporcional e desrespeitosa”. Em uma de suas publicações, Leila afirmou ter sido “brutalmente agredida” pelo jogador, especialmente por conta do uso da sigla “VTNC”, interpretada como uma expressão de ofensa. Contudo, a defesa de Dudu argumenta que essa sigla poderia ter vários significados, inclusive “VIM TRABALHAR NO CRUZEIRO”, e que não houve intenção de ofender.
Acusações de assédio moral
Além das acusações de misoginia, Dudu também acusou Leila de assédio moral e psicológico durante os meses que antecederam sua saída do Palmeiras. Ele alegou que suportou a pressão e o clima hostil que se instaurou, já que a relação entre ambos se deteriorou ao longo do tempo. Essa situação gerou um ambiente complicado para o jogador, que agora vê-se no centro de um imbróglio que envolve questões pessoais, profissionais e legais.
A lavagem de roupa suja entre Dudu e Leila Pereira vem à tona em uma época em que a presença feminina na administração esportiva é cada vez mais discutida, e ataques misóginos como os proferidos pelo atacante são vistos como um retrocesso. A sociedade está cada vez mais atenta a essas questões e cobra atitudes que representem respeito e igualdade.
Com a punição formalizada pelo STJD, o futuro de Dudu no futebol, bem como o desdobramento das ações judiciais entre ele e Leila, permanecem incertos. Torcedores e a comunidade esportiva em geral aguardam os próximos capítulos dessa polêmica que envolve um dos ídolos do Palmeiras e a atual presidente do clube.