Brasil, 18 de julho de 2025
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Do Nordeste ao Rio: culinária trouxe sabores que enriquecem gastronomia carioca

Sabores nordestinos, trazidos por imigrantes, enriquecem a culinária do Rio e emocionam com histórias de superação e afeto.

A culinária nordestina tem se destacado na capital carioca, se tornando uma parte fundamental da gastronomia do Rio de Janeiro. Imigrantes que trouxeram suas tradições e sabores contribuíram significativamente para o paladar dos cariocas, criando uma fusão de culturas que encanta até hoje. Este artigo explora histórias inspiradoras de pessoas que, com amor e dedicação, transformaram a cozinha nordestina em um verdadeiro patrimônio alimentar no estado.

A trajetória de Maria Ivonete e seu bar no Tanque

Maria Ivonete, natural de Bananeiras, na Paraíba, é um exemplo vivo dessa rica história. Ela chegou ao Rio em 1977 com seu marido, Antônio. Nos primeiros anos, Antônio trabalhou como garçom, mas logo surgiu a ideia de empreender. O desejo de abrir um bar foi impulsionado pelo objetivo de oferecer algo diferente, uma casa nordestina que fugisse do comum. O bar, localizado em Jacarepaguá, se tornou um sucesso, e a paixão pela culinária nordestina logo se destacou.

“Foi quando ele cismou que não queria mais trabalhar para os outros. Aí ele montou isso. Uma casa nordestina era uma ideia dele. Queria fazer algo diferente”, conta Maria Ivonete. Com o falecimento de Antônio há mais de dez anos, foi o filho, Leandro Gonçalves de Almeida, que assumiu o negócio em parceria com a mãe. “Eu tenho certeza de que ele está feliz que estarmos dando continuidade, eu e minha mãe”, afirma Leandro, que procura honrar a memória do pai em cada prato servido.

A importância de sabores afetivos: a história de Chiquita

A história de Francisca Alda Hortência Dias, conhecida como Chiquita, é outra demonstração de como a culinária é entrelaçada ao afeto e à cultura. Natural do Ceará, Chiquita chegou ao Rio em 1979 e logo começou a trabalhar na Feira de São Cristóvão. Desde jovem, cômodos os sabores de sua terra natal já faziam parte de seu cotidiano, pois ela era a responsável por cozinhar para seus irmãos.

Chiquita se destacou comercializando pratos como sarapatel e buchada. Com o tempo, ela transformou sua barraca em um restaurante de grande proporção, que atualmente atende até 800 pessoas. “Comida de nordestino é tipo banquete. Não venha com comidinha, pratinho pequeno não”, enfatiza Chiquita, que menciona a importância de ingredientes como alho, cebola e, claro, uma boa pimenta.

A culinária de Chiquita vai além da técnica; é marcada por uma rica história familiar. “Na minha casa, eu nasci em um ano de seca. Meu pai tinha que retirar o gado de um estado para outro. A comida tem esse poder. Toda comida tem uma história por trás”, explica, mostrando como suas experiências de vida moldaram o seu trabalho e a sua comida.

A recepção carioca e a mistura de culturas

O Rio de Janeiro sempre foi um caldeirão cultural, e a aceitação da culinária nordestina pelos cariocas é um reflexo dessa diversidade. À medida que imigrantes nordestinos trouxeram suas especialidades, a culinária local se enriqueceu, tornando-se um verdadeiro patrimônio gastronômico. Comida não é apenas sustento, mas uma forma de conectar pessoas e culturas. A gastronomia nordestina, com seus temperos marcantes e pratos fartamente servidos, conquistou a alma carioca.

Maria Ivonete e Chiquita são apenas dois exemplos de como a culinária nordestina no Rio de Janeiro é, na verdade, um patrimônio coletivo construído por muitas mãos e corações. A comida serve não apenas para nutrir, mas também para contar histórias e reerguer tradições que, apesar das adversidades, permanecem vivas.

Conclusão

Em tempos de mudanças e desafios, a troca cultural entre o Nordeste e o Rio de Janeiro se mostra cada vez mais essencial. Os imigrantes nordestinos não só enriqueceu sobremaneira a gastronomia carioca, mas também trouxeram consigo suas histórias, suas memórias e, principalmente, seu amor pela culinária. Essa mistura de culturas resulta em um sabor que emociona, conecta e, acima de tudo, traz novos significados à mesa. Ao saborear um prato nordestino, é possível sentir o quão rica e diversificada é a história do Brasil.

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