Brasil, 18 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Como o delírio de Netflix revela segredos familiares sombrios

A série 'Delirium' desvenda mistérios familiares, doenças mentais e traumas não resolvidos na Colômbia dos anos 1980

Na Colômbia dos anos 1980, a psicose da esposa do professor Fernando Aguilar inicia uma jornada de segredos, loucura e violência familiar em ‘Delirium’, nova série da Netflix que explora traumas passados e as complexidades da saúde mental.

Trauma e segredos na Colômbia dos anos 1980

Ambientada durante um período de turbulência política, a série acompanha a tentativa do professor Aguilar (Juan Pablo Raba) de entender o episódio psicótico de sua esposa, Agustina (Estefanía Piñeres). A narrativa revela não apenas a crise da personagem, mas também traços de uma história familiar marcada por suicídios, loucura e silêncios que atravessam gerações, em um contexto de repressão social.

O silêncio que aponta para o transtorno hereditário

No decorrer da trama, é apresentado o legado de uma doença mental que parece ser hereditária na família Londoño. A avó de Agustina, Sofia (Cristina Campuzano), conta histórias de fenômenos estranhos na fazenda da família, incluindo ruídos inexplicáveis e uma morte envolvendo o pai de Agustina, Nicolás, que teria se afogado no lago da propriedade após uma série de eventos misteriosos. Essa história revela uma conexão entre loucura, traumas familiares e a carga histórica do silêncio.

Reflexão sobre saúde mental na sociedade colombiana

Os criadores Verónica Triana e Andrés Burgos destacam que a ambientação no passado oferece uma reflexão sobre os avanços na compreensão da saúde mental. “Mostramos como o tratamento e o diálogo sobre transtornos evoluíram ao longo das décadas, mesmo que ainda haja muito por fazer”, afirmam. A narrativa também aborda as relações familiares conturbadas, marcada pela repressão e pelo descaso com aspectos emocionais e psicológicos.

Disfunções familiares e sinais de uma herança mental

Ao longo da série, fica evidente que a loucura na família Londoño não é apenas uma questão individual, mas uma herança coletiva. Desde a infância, Agustina apresenta sintomas de alucinações e ansiedade, enquanto sua mãe, Eugenia, associa a doença com uma suposta vulnerabilidade ligada à sexualidade e à herança familiar. O transtorno parece estar enraizado na história da família, reforçando a ideia de que o ambiente e os segredos podem contribuir para doenças mentais.

O impacto da violência social e criminal

Além do núcleo familiar, a trama expõe a influência de um contexto social violento: a relação de Agustina com o irmão, Carlos Vicente Jr., e o namorado Midas, um traficante envolvido em lavagem de dinheiro e crimes. A história de Midas revela um universo de corrupção, violência e drogas, que também ecoa na história familiar, refletindo os efeitos do crime organizado na saúde emocional de jovens na Colômbia.

Perspectivas futuras e impacto da narrativa

‘Delirium’ não apenas retrata a história de uma família marcada pelo silêncio, mas também oferece uma reflexão atual sobre a importância do reconhecimento e tratamento dos transtornos mentais. Segundo os roteiristas, a série busca sensibilizar o público para a necessidade de falar sobre saúde mental abertamente e romper com os estigmas que ainda cercam essas questões na sociedade colombiana.

A produção promete estimular debates sobre heranças emocionais e o impacto de ambientes repressivos na formação do indivíduo, especialmente em uma cultura que, por décadas, evitou o tema da loucura e da doença mental.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes