A assessoria de comunicação da Catedral Metropolitana, na Cidade do México, expressou sua insatisfação com as mensagens pró-aborto projetadas na fachada da igreja durante o show “Memoria Lumiosa”, organizado pelo governo da capital. A apresentação, que ocorre entre 11 e 27 de julho, transforma o Palácio Nacional e a Catedral em telas visuais para narrar a história da cidade desde seus primórdios aztecas até os dias atuais.
Reação da Igreja às projeções provocadoras
Segundo comunicado divulgado em 15 de julho, a Catedral informou que não foi consultada previamente sobre o conteúdo das projeções, ressaltando que o evento “não possui vínculo com a Arquidiocese do México” e que “não houve participação de nenhuma autoridade religiosa na pré-produção ou no roteiro”.
Embora a propriedade da catedral pertença ao governo federal, sua utilização e administração são de responsabilidade exclusiva da Arquidiocese Primeira do México, que também é responsável pelo conteúdo exibido na fachada e nos átrios.
Conteúdo ofensivo aos princípios católicos
As autoridades religiosas afirmaram que foram informadas apenas que as projeções do espetáculo utilizariam a fachada da catedral e a igreja da Assunção, destacando períodos coloniais e barrocos na narrativa visual. Entretanto, expressaram sua indignação com as mensagens que, segundo eles, “profundamente ferem e magoam a fé” dos fiéis.
“Apesar da liberdade de expressão, é inaceitável que mensagens contrárias aos princípios católicos sejam projetadas nesta igreja sagrada, que é um símbolo de fé para o povo mexicano”, afirmou o comunicado.
Apelo por respeito aos espaços religiosos
A assessoria solicitou às autoridades da Cidade do México que adotem as medidas necessárias para que, no futuro, não haja projeções de mensagens contrárias à fé católica na fachada da catedral, protegendo assim a devoção popular e os valores religiosos.
O episódio reacende debates sobre o limite entre manifestações públicas e o respeito às instituições religiosas, especialmente em uma cidade com histórico de divisão entre Estado e Igreja, estabelecida formalmente a partir de 1992.
Perspectivas futuras e impacto
A controvérsia evidencia o embate entre liberdade de expressão e preservação do patrimônio religioso e cultural. Especialistas indicam que eventos semelhantes poderão gerar novas discussões sobre a utilização de espaços históricos para manifestações políticas ou ideológicas.
Enquanto isso, o governo da Cidade do México reforça que o espetáculo continuará, destacando seu objetivo de celebrar a história e diversidade da capital mexicana. A situação deve estimular o diálogo sobre os limites do espaço público e a importância de respeitar os símbolos de fé e tradição do país.