Na manhã desta sexta-feira, um novo capítulo se abriu na já conturbada relação entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e as autoridades brasileiras. A Polícia Federal (PF), a pedido do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, realizou uma operação que teve como alvo a residência de Bolsonaro em Brasília e a sede do Partido Liberal (PL). O ex-mandatário enfrentará medidas cautelares, que incluem o uso de tornozeleira eletrônica e restrições ao uso das redes sociais.
Reações dos aliados de Bolsonaro
Após a ação, a repercussão entre os aliados de Bolsonaro foi imediata. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), expressou sua indignação em sua conta no X, afirmando que “colocaram tornozeleira eletrônica em Bolsonaro, mas não há crime, não há condenação, não há prova”. Cavalcante definiu a decisão como uma “tentativa desesperada de calar quem representa milhões”.
Eduardo Bolsonaro, deputado licenciado e filho do ex-presidente, também se posicionou sobre a operação. Atualmente residindo nos Estados Unidos, Eduardo criticou a ação de Moraes, acusando-o de “dobrar a aposta” após um vídeo de Jair Bolsonaro em que ele agradece a um apoio recente de Donald Trump. No vídeo, o ex-presidente reafirmou que está sendo tratado como culpado por um “crime inexistente”.
Críticas e apoio à prisão de Bolsonaro
O senador Jorge Seif (PL-SC) também se manifestou, argumentando que a operação foi motivada por uma ação do PT e favorecida pela Procuradoria Geral da República (PGR). Ele sugeriu que a ação visa restringir Bolsonaro de se comunicar em redes sociais e acessar embaixadas. Segundo Seif, a situação exemplifica como o “regime instalado no Brasil persegue Bolsonaro”, referindo-se a afirmações feitas por Trump.
A deputada Caroline de Toni (PL-SC) adotou uma postura similar, descrevendo a medida como “inacreditável”. Ela comentou que, após as declarações de Trump sobre a situação no Brasil, a “perseguição a Bolsonaro e sua família se intensificou”. Já Júlia Zanatta, também do PL-SC, associou a operação a uma tentativa deliberada do governo de desacreditar o ex-presidente, aludindo a um pronunciamento recente de Lula que teria reafirmado sua posição de não retroceder em suas ações políticas.
A operação e suas consequências
De acordo com informações procedentes da PF, a ação foi motivada por investigações que apuram crimes como obstrução à Justiça, coação no curso do processo, e ataques à soberania nacional. Durante a operação, foram encontrados ao menos US$ 10 mil na residência de Bolsonaro, e os investigadores estão avaliando o risco de uma eventual fuga do ex-presidente do Brasil.
Além das críticas públicas, o perfil oficial do PL expressou apoio a Jair Bolsonaro, utilizando trechos do Hino Nacional em uma montagem. A legenda dizia: “Nosso capitão @jairmessiasbolsonaro nunca fugiu da luta. Hoje, mais do que nunca, mostramos que ele não está sozinho”.
Com a ação da PF, o Brasil se vê mais uma vez no centro de um embate político intenso, polarizando opiniões e reacendendo debates sobre a atuação do Judiciário em relação a figuras políticas controversas. A chave para avanços futuros, parece, está na união ou na divisão desses grupos, que seguem fervorosamente defendendo suas causas.
À medida que novos desdobramentos surgem, a tensão entre as instituições e os apoiadores de Bolsonaro promete continuar a agitar o cenário político brasileiro.