A cidade de Corrente, no Sul do Piauí, registrou nesta sexta-feira (18) a menor temperatura do ano no estado, com 12,2°C nas primeiras horas da manhã. Este número foi apenas um pouco menor do que o registrado em 16 de julho, quando a temperatura mínima alcançou 13,4°C. Apesar do frio matinal, os piauienses enfrentam altas temperaturas à tarde e à noite, com máximas podendo chegar até 32°C. Esta amplitude térmica tem deixado os moradores em alerta, levando muitos a buscar roupas quentes para se proteger do frio incomum para a região.
Umidade relativa e os impactos na saúde da população
Os dados preocupantes não param por aí. Além das temperaturas extremas, a umidade relativa do ar está baixa, com alertas emitidos para 183 municípios, que enfrentam risco de umidade abaixo de 20%. O ideal, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), é que a umidade relativa do ar fique em torno de 60%. Esta combinação de calor intenso e ar seco tem gerado desconforto e facilita a propagação de doenças respiratórias.
Na manhã desta sexta-feira, o g1 conversou com a climatologista Sara Cardoso e com Werton Costa, diretor de prevenção e mitigação da Defesa Civil do estado, que explicaram os fatores que contribuem para essa amplitude térmica impressionante. Sara comentou que no inverno, as temperaturas podem cair drasticamente ao amanhecer e subir rapidamente durante o dia, resultando em um cenário altamente seco e árido. “Essas condições são típicas de regiões que sofrem com longos períodos de estiagem,” afirmou Cardoso.
Causas e consequências das condições climáticas severas
Werton Costa alertou que a combinação de poucos períodos de chuva e o desmatamento, junto com a expansão urbana e do agronegócio, têm agravado a situação climática deste ano no Piauí. Ele comentou que a temporada chuvosa teve um início tardio, e o encerramento das chuvas foi antes do esperado, o que comprometeu as reservas hídricas e os ciclos das plantações. “O que esperávamos era uma seca, mas não dessa magnitude. As chuvas foram intermitentes, com períodos longos sem precipitação,” explicou.
A situação no campo e os reflexos na agricultura
A agricultura na região também está sentindo os efeitos severos dessa variação climática. Os agricultores relatam dificuldade em manter suas plantações saudáveis. O sertão piauiense enfrenta uma seca prolongada, com açudes vazios e plantações comprometidas. Mandacarus secos e a morte de plantações são algumas das consequências visíveis desse fenômeno climático alarmante.
A combinação de baixa umidade e temperaturas extremas não apenas afeta a saúde pública e a agricultura, mas também vem gerando consequências para o abastecimento hídrico, uma vez que as reservas de água se tornam cada vez mais escassas. Com o avanço do desmatamento e as mudanças climáticas globais, é crucial que políticas efetivas de conservação e gerenciamento de recursos hídricos sejam implementadas.
O que se pode fazer para mitigar os efeitos?
É importante que a população esteja ciente das precauções a serem tomadas em períodos de baixa umidade e variações térmicas extremas. Manter-se hidratado e usar roupas adequadas para as diferentes temperaturas são fundamentais, além de monitorar a qualidade do ar e evitar atividades físicas intensas em horários de calor extremo.
A Defesa Civil do Piauí continua monitorando a situação e orienta a população a seguir as diretrizes de saúde e segurança. Neste período, manter-se informado sobre as condições climáticas e seguir orientações de órgãos competentes pode fazer a diferença no bem-estar da comunidade.
Com as mudanças climáticas sendo cada vez mais evidentes, ações que promovam a sustentabilidade e a conservação dos recursos naturais são essenciais para garantir um futuro mais equilibrado e saudável para as próximas gerações no Piauí e no restante do Brasil.
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