Nesta semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma virada na sua política externa, surpreendendo aliados e adversários na cena global. Ele prometeu vender bilhões de dólares em armas para a Europa, destinadas à Ucrânia, e deu um prazo de 50 dias para Vladimir Putin fazer paz com Kiev, sob pena de sanções.
Técnicas de flattery e reviravoltas na política de Trump
A mudança de postura de Trump, que anteriormente evitava apoios claros à Ucrânia e demonstrava desdém pelo pacto de defesa da OTAN, foi claramente impulsionada por sua relação com o primeiro-ministro holandês e atual secretário-geral da aliança, Mark Rutte. Durante a cúpula da OTAN em junho, Rutte conseguiu que os países membros comprometesse-se a gastar 5% do PIB em defesa, recebendo elogios públicos de Trump.
Na visita ao Escritório Oval nesta segunda-feira, Rutte foi peça-chave na articulação do apoio renovado à Ucrânia. “Trump aprendeu a fazer flattery”, observa analista, destacando que o presidente demonstra fragilidade ao seu próprio ego, que é frequentemente explorado por líderes estrangeiros.
Impacto na política de segurança dos EUA
As mudanças de Trump revelam uma abordagem que combina elogios com ameaças diretas. No início de seu mandato, ele chamou a OTAN de “obsoleta” e ameaçou retirar os EUA da aliança. Recentemente, chegou a declarar que os países da aliança que não colaboram com os custos podem não ter a proteção garantida.
No caso da Ucrânia, Trump trabalhou uma relação de altos e baixos. Em fevereiro, chamou Zelensky de ditador e chegou a oferecer retomar laços com a Rússia, enfraquecendo o apoio à Ucrânia e a coesão de NATO. Agora, aposta na pressão e na oferta de armas como ferramentas de influência.
Rutte e a diplomacia do elogio
Segundo especialistas, Rutte demonstra que a bajulação efficace pode abrir portas na política internacional. “Trump respondeu ao flattery, que reforça sua imagem de forte”, analisa cientista político.
Por outro lado, Vladimir Putin mostrou que também conhece o valor do flattery. Após promessas feitas ao telefone, o líder russo quebrou o compromisso de paz com a Ucrânia, demonstrando a fragilidade da sua estratégia baseada na confiança de Trump.
Consequências e o cenário futuro
As reviravoltas na política externa de Trump indicam uma era de diplomacia de flattery, na qual elogios e ameaças se alternam como ferramentas de negociação. Analistas alertam que essa estratégia pode gerar instabilidade, mas também reativar alianças debilitadas no passado.
O comportamento de Trump reforça a ideia de que a relação entre líderes mundiais e o presidente americano depende, em grande medida, do ego e da habilidade de bajulação. Rutte e Zelensky aprenderam que, na política de Trump, o elogio pode abrir muitas portas, embora as promessas muitas vezes não se concretizem.