Brasil, 17 de julho de 2025
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Yosemite é o verdadeiro protagonista de ‘Untamed’: análise

Natureza deslumbrante contrasta com uma trama de crime medíocre em série que explora segredos sombrios do parque Yosemite

A nova série do Netflix, ‘Untamed’, coloca Yosemite no centro de uma narrativa de crime que revela tanto a beleza quanto a complexidade do famoso parque nacional. Com seis episódios, a produção de Mark L. Smith e Elle Smith mistura paisagens de tirar o fôlego com um mistério que desafia sua previsibilidade.

Yosemite como cenário de mistério e corrupção

Ambientada em um dos parques mais icônicos da América, ‘Untamed’ usa a vastidão de Yosemite — que se estende por cerca de 750.000 acres — como palco para uma história de assassinato e segredos. A série acompanha o investigador do Serviço de Parques Nacionais, Kyle Turner (Eric Bana), que tenta desvendar a morte de uma jovem escaladora, ocorrida em El Capitan.

O roteiro explora a dicotomia entre a beleza natural do parque e seu lado sombrio, revelando redes de criminalidade e comunidades temporárias que vivem à margem da lei. Sua câmera capturando o pôr do sol sobre as altas paredes de rocha e os detalhes sonoros das águas e troncos ajudam a reforçar essa dualidade, enriquecendo o enredo com uma atmosfera de mistério constante.

Aspectos técnicos elevam a série

A fotografia, comandada por Michael McDonough e Brendan Uegama, se destaca ao transformar Yosemite em um personagem por si só. As imagens capturam desde os primeiros raios de sol até as sombras densas das matas, reforçando a sensação de um ambiente que guarda segredos inexplorados. A trilha sonora acentua as mudanças de clima, enfatizando o risco e a beleza do parque.

Personagens e enredo: desempenho e superficialidade

Apesar do cenário impressionante, a série falha em desenvolver suficientemente seus personagens principais. Eric Bana entrega uma atuação competente, mas seu Kyle Turner — um detetive arrogante, problemático e marcado por traumas pessoais — não consegue conquistar o espectador, que pouco se importa com a resolução do mistério. Os coadjuvantes, interpretados por Rosemarie DeWitt e Sam Neill, têm atuações elevadas, porém suas personagens sofrem de mudanças de última hora que comprometem a profundidade.

O roteiro, por sua vez, repete fórmulas conhecidas do gênero policial, com diálogos que variam entre o tom de ‘buddy cop’ e explicações óbvias, o que pode frustrar quem busca inovação na trama.

Natureza como elemento central

O grande destaque de ‘Untamed’ está na sua cinematografia. As cenas no parque mostram o esplendor de Yosemite com detalhes precisos, enquanto as cenas de ação, como a escalada no El Capitan, revelam um talento técnico notável. A escolha de enfatizar a beleza natural do parque reforça a tese de que, por trás desse cenário de sonho, há uma complexidade de interesses criminais e sociológicos que mereceriam uma melhor exploração.

Perspectivas futuras

A produção reforça que Yosemite é mais do que um cenário idílico — é um espaço de conflitos, segredos e histórias humanas complexas. Apesar de uma narrativa bastante previsível, a ambientação e os aspectos técnicos elevam sua qualidade, tornando a série uma visita obrigatória para quem aprecia o fascínio das fronteiras entre a natureza e a criminalidade.

Especialistas afirmam que a série poderia ter se aprofundado mais nos aspectos sociais e ambientais do parque, mas o foco excessivo na trama policial impede essa exploração. Ainda assim, ‘Untamed’ reforça a ideia de que o verdadeiro heroí do parque é Yosemite, com suas paisagens impressionantes e suas histórias ocultas.

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