Dom Mariano Crociata, presidente da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia (Comece), está atualmente na Ucrânia, onde realiza uma visita de três dias para demonstrar solidariedade à população e à Igreja local, ambas severamente afetadas pela agressão militar russa. Ao longo de sua estadia, ele também se manifestou sobre os recentes ataques à Paróquia da Sagrada Família, a única igreja católica na Faixa de Gaza, que ocorreram nesta quinta-feira, gerando feridos, inclusive entre os clérigos.
Dor pela propagação da violência
A notícia sobre o bombardeio à paróquia, segundo informações do Patriarcado Latino de Jerusalém, trouxe um peso emocional significativo para Dom Crociata, que estava ciente do contexto de violência e sofrimento que permeia a região. “Ainda não sabemos exatamente o que aconteceu, mas atos como este renovam nossa dor pela propagação da violência e nos impelem a reiterar com veemência nossa firme oposição a todas as formas de guerra e conflito armado”, afirmou o prelado.
Ele ressaltou a importância de manter um laço de proximidade com a pequena comunidade católica da Faixa de Gaza, que vive em uma situação de extrema vulnerabilidade. O ataque à paróquia é visto não apenas como uma agressão física, mas também como um ataque ao direito de liberdade religiosa e à dignidade humana, um tema que Dom Crociata defende ardentemente.
Da Ucrânia a Gaza: o absurdo da guerra
O presidente da Comece tirou um tempo de sua visita à Ucrânia para destacar que a guerra é uma derrota universal para a humanidade. “Independente de onde ela ocorra, a guerra é sempre uma ferida na dignidade de cada ser humano”, destacou. Ele frisou que vive ao lado de um povo que tem sofrido com os horrores da guerra e que essa experiência o leva a clamar ainda mais forte por paz e respeito à vida humana em qualquer lugar, especialmente na Palestina.
Além disso, Dom Crociata fez ecoar o apelo por um cessar-fogo imediato e um diálogo verdadeiro, aspectos fundamentais para a construção de um futuro mais pacífico. “A Comece continuará acompanhando de perto os acontecimentos e promoverá iniciativas que possam contribuir para uma paz justa, verdadeira e duradoura”, garantiu.
Em sua declaração, ele também lembrou que a mensagem de resistência e esperança deve ser constante. O papel da Igreja, segundo ele, é ser um farol de luz na escuridão da guerra, defendendo sempre a dignidade e os direitos dos perseguidos e vulneráveis.
Dom Crociata também mencionou o papel que a comunidade internacional deve assumir em eventos de grande crise humanitária, como os que ocorrem na Gaza. Ele acredita que o clamor pela paz e o respeito à vida humana deve ressoar além das fronteiras, envolvendo líderes e organizações de todos os segmentos da sociedade.
Ampliando o debate, a visita ao território ucraniano possibilitou a troca de experiências e reflexões com a comunidade local sobre os impactos da violência e da guerra. Durante a viagem, Dom Crociata se comprometeu a levar adiante as vozes daquelas e daqueles que anseiam por um fim ao conflito, tanto na sua terra natal quanto na Terra Santa.
A viagem do líder eclesiástico ao leste europeu é uma prova da solidariedade que a Igreja Católica busca promover em tempos de crise, assim como um reforço à necessidade de paz, diálogo e reconciliação em regiões assoladas pela violência. O locutor e defensor da paz cumpriu um calendário robusto, visitando várias comunidades locais e discutindo formas práticas de apoio às populações afetadas. A jornada de Dom Crociata se iniciou no dia 16 de julho e terá seu encerramento nesta sexta-feira, 19 de julho.
As intervenções de líderes religiosos como Dom Crociata são cruciais em tempos turbulentos, oferecendo um espaço para escuta e diálogo, além de inspirar esperança onde há desespero. O apelo à paz, reafirmado por Dom Crociata, é um lembrete da necessidade contínua de buscar formas de coexistência pacífica em um mundo muitas vezes dividido pela violência.