Na última quarta-feira, milhares de americanos ao longo da costa do Alasca correram para áreas mais altas após a ocorrência de um terremoto de magnitude 7,3, levando à emissão de um alerta de tsunami. O evento sísmico foi registrado pelo Serviço Geológico dos EUA (USGS) às 12h38, horário local, com epicentro localizado no Oceano Pacífico, ao sul da Península do Alasca, nas proximidades das Ilhas Shumagin, a sudeste de Sand Point.
Evacuação em massa e alertas de tsunami
Sirene soou e alertas de emergência iluminaram as telas dos celulares em toda a região. Autoridades emitiram ordens de evacuação imediata para uma vasta área no sudoeste do Alasca, que se estende desde Kennedy Entrance, próximo a Homer, até o Unimak Pass, próximo a Unalaska. A prefeita de Homer, Rachel Lord, declarou que houve um congestionamento significativo de veículos, uma reação predominante entre as pessoas que tentavam deixar a região costeira rapidamente
Além disso, os órgãos de Defesa Civil alertaram para os possíveis impactos do tsunami na Ilha Kodiak, na Península do Alasca, e em partes das Ilhas Aleutianas, prevendo que algumas áreas poderiam ser atingidas primeiro. Imagens dramáticas mostraram uma costa estranhamente vazia, com o mar tendo recuado abruptamente, um sinal alarmante de que um tsunami poderia estar a caminho. David Snider, coordenador de alerta de tsunamis da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), confirmou que um tsunami tinha sido gerado, embora inicialmente não representasse ameaça, elevando os níveis do mar em aproximadamente três polegadas.
A evolução dos alertas e a situação local
O alerta inicial gerou um aviso completo de tsunami logo após o forte tremor, mas foi rebaixado para um aviso de tsunami cerca de 90 minutos depois e finalmente cancelado às 12h45 do horário local. As autoridades locais emitiu advertências de que ondas incomuns poderiam continuar afetando a região por até 24 horas, sugerindo precauções aos residentes até quinta-feira. Em meio ao pânico, as escolas Kodiak High e North Star Elementary foram abertas como abrigos de emergência.
Uma residente de Seward, uma cidade portuária no sul do Alasca, compartilhou um vídeo na rede X, revelando que havia voltado ao Alasca após 25 anos, apenas para se ver fugindo de uma ameaça de tsunami. Seu vídeo mostra ela e outras pessoas se afastando rapidamente da costa em direção a terrenos mais altos, enquanto expressava ansiedade: ‘Apenas reze para que não sejamos atingidos pelas ondas,’ afirmou nervosamente.
O efeito do terremoto e as réplicas
O Alaska Earthquake Center registrou mais de 20 réplicas após o terremoto, sendo a mais forte até agora de magnitude 5,2. Michael West, sismólogo do centro, destacou que a costa sul do Alasca está situada em uma zona sísmica significativa. ‘Quatro em cada cinco terremotos nos EUA ocorrem no Alasca,’ completou.
Logo após o terremoto, o Serviço Nacional de Meteorologia (NWS) informou que não havia ameaça de tsunami para os estados de Oregon, Washington ou outras regiões dos EUA fora do Alasca. O Centro Nacional de Tsunamis (NTWC) estabeleceu que o aviso de tsunami abrangia uma área de aproximadamente 700 milhas, desde cerca de 40 milhas a sudoeste de Homer até o Unimak Pass, perto das ilhas Aleutianas orientais.
Evacuação em massa após terremoto no Alasca
Um dos locais mais afetados pelo alerta incluiu Kodiak, que tem uma população de cerca de 5.200 habitantes. Em King Cove, uma cidade costeira com aproximadamente 870 residentes, autoridades locais emitiram alertas solicitando que pessoas em áreas de baixa altitude se deslocassem para áreas mais altas.
Vale destacar que a última vez que o Alasca enfrentou um terremoto de magnitude semelhante foi em 10 de junho de 1996, quando um tremor de 7,2 ocorreu próximo às Ilhas Andreanof, na cadeia Aleutiana. O terremoto mais poderoso registrado no Alasca, e na história dos EUA, foi o Grande Terremoto do Alasca de 1964, que teve magnitude de 9,2 e gerou tsunamis devastadores que causaram danos extensos ao longo das costas do Alasca, Oregon, Califórnia, Havai, e até mesmo no Japão.
Com a passagem desta situação crítica, as comunidades costeiras do Alasca permanecem em alerta e atentas a possíveis novas ocorrências sísmicas.
