Brasil, 17 de julho de 2025
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Tarifas impactam relação do Brasil com o etanol dos EUA

Reforçando a disputa comercial, as tarifas de importação do Brasil afetam específicamente o setor de etanol dos EUA.

As tarifas de importação do Brasil sobre o etanol americano, anunciadas pelo governo Trump, estão agravando a tensão na relação comercial entre os dois países, além de influenciar a cadeia de produção e exportação do biocombustível. Embora o Brasil tenha aumentado sua produção doméstica de etanol de milho, o impacto das tarifas dos EUA sobre o setor é um tema de forte debate e preocupação.

Ascensão do etanol de milho no Brasil e suas implicações

Desde 2017, o Brasil reduziu sua dependência das importações de biocombustíveis dos EUA ao investir bilhões de dólares na produção de etanol de milho. Liderada pela Summit Agricultural Group, empresa de Iowa, essa iniciativa resultou na instalação da primeira usina de etanol de milho no Brasil, com uma capacidade de produção anual de 2,3 bilhões de litros, segundo dados da própria FS, unidade da Summit.

Hoje, o Brasil deve produzir cerca de 10 bilhões de litros de etanol de milho em 2025, movimentando o mercado e fortalecendo sua indústria nacional. No entanto, essa expansão foi acompanhada por tarifas brasileiras que visam proteger a produção local, especialmente da cana-de-açúcar, tradicionalmente usada na combustível do país.

Investigações e ameaças tarifárias dos EUA

O governo Trump anunciou na última semana a abertura de uma investigação sobre as práticas comerciais do Brasil, acusando o país de reverter sua posição anterior de isenção de impostos e de impor tarifas elevadas ao etanol americano. Em resposta, o presidente norte-americano prometeu aplicar uma tarifa de 50% nas importações brasileiras a partir de 1º de agosto, o que pode elevar os preços de diversos produtos, de cafés a carnes.

Segundo analistas, as tarifas, que atualmente estão em 18%, pouco afetam a maioria dos produtores brasileiros, já que a produção interna de etanol de milho tem crescido robustamente, tornando as importações menos atrativas. Ana Zancaner, da Czapp, comenta que a oferta doméstica é suficiente para cobrir a demanda, mesmo com tarifas zero.

Impactos na cadeia de produção e comércio

A crescente produção doméstica de etanol de milho, liderada por empresas americanas como a Cargill, que produz no Brasil, acabou tornando a importação do produto praticamente irrelevante na maior parte do tempo, dificultando também a implementação de tarifas mais baixas ou nulas, conforme explica Plínio Nastari, presidente da Datagro.

Apesar da imposição de tarifas de 18%, o Brasil exporta pouco para os EUA – aproximadamente 300 milhões de litros em 2024 –, reforçando que o mercado interno é o principal foco dos produtores brasileiros. Willian Hernandes, sócio da FG/A, afirma que as ameaças tarifárias de Trump têm impacto limitado no setor devido à baixa dependência das importações.

Perspectivas futuras e relações comerciais

O aumento da produção de etanol de milho no Brasil faz parte de uma estratégia de diversificação da matriz energética nacional e de fortalecimento da indústria local. No entanto, as tensões comerciais criadas pelas tarifas podem acentuar a polarização entre os dois países, levando a possíveis retaliações ou negociações adicionais.

Especialistas destacam que, apesar das ameaças de tarifas, o mercado interno brasileiro segue sendo a principal prioridade para os produtores de etanol. A questão das tarifas e investigações ainda deve causar debates intensos na relação bilateral, com possíveis desdobramentos que podem influenciar toda a cadeia de combustíveis e energia.

Para entender o impacto completo dessa disputa, confira o artigo completo no O Globo.

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