Brasil, 17 de julho de 2025
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Tarifas de Trump afetam direita brasileira e desafios para Lula

Com a ameaça de tarifas de importação, a direita brasileira enfrenta dificuldades, enquanto Lula busca soluções rápidas.

Nos últimos dias, a política brasileira se tornou um verdadeiro tabuleiro de xadrez, em que as movimentações de Donald Trump no cenário internacional estão levando à dúvida e preocupação. A possibilidade de que o ex-presidente dos EUA imponha tarifas de importação de 50% sobre produtos brasileiros deixou os líderes da direita nacional em uma situação delicada. Entre os mais afetados, estão os membros da família Bolsonaro, que agora enfrentam uma série de consequências indesejadas.

Impactos das tarifas na política brasileira

As primeiras consequências desse “tarifaço” são evidentes, especialmente para Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo. Recentemente, Jair estava envolvido em um processo no Supremo Tribunal Federal (STF) que, segundo muitos analistas, foi usado como pretexto para justificar ações mais amplas contra a família. Eduardo, por outro lado, estava buscando apoio para sanções contra Alexandre de Moraes, mas acabou se tornando um dos principais alvos de retaliação. A ligação entre essas ações e as tarifas de Trump representa uma complicação significativa para a direita brasileira.

Desafios enfrentados pelo governador de São Paulo

Ao tentar posicionar-se como um articulador político, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que pertence ao partido Republicanos, viu sua imagem abalada. Ele primeiro ensaiou apoiar Trump contra Luiz Inácio Lula da Silva, mas, ao buscar devolver o passaporte a Bolsonaro, atraiu críticas que minaram sua credibilidade junto à elite empresarial paulista. Para Tarcísio, reverter essa percepção será desafiador, especialmente após a reação exacerbada ao tarifário.

Essas movimentações mostram claramente a divisão nas estratégias da direita, que agora luta para restabelecer sua posição e a confiança do público ao mesmo tempo em que enfrenta pressão sobre a legalidade e a retórica em defesa de seus líderes.

A posição de Lula e os riscos envolvidos

O presidente Lula, embora tenha evitado um confronto direto com Trump, não está isento de riscos. Ao convocar empresários para discutirem estratégias em conjunto e delegar as negociações ao vice-presidente, Geraldo Alckmin, Lula busca evitar um embate que só traria mais problemas. Contudo, a falta de um canal de comunicação sólido com o governo americano e a ausência de um plano de ação claro para mitigar os efeitos do tarifaço indicam um panorama complicado.

Perspectivas de solução e apoio popular

As pesquisas de opinião indicam um cenário mix para Lula. Apesar de a maioria da população desaprovar a postura de Trump, existe uma divisão sobre como reagir a essa situação. Segundo dados da última pesquisa da Genial/Quaest, 53% dos entrevistados estão a favor de uma resposta recíproca, enquanto 39% preferem uma abordagem mais contida e sem retaliações. Além disso, os dados da Atlas Intel revelam que 44,8% acreditam ser adequada a reação do governo, mas quase 40% ainda não a aprovam.

Esses números mostram que Lula precisa mover-se rapidamente, uma vez que as tarifas devem entrar em vigor no início de agosto. Qualquer atraso em suas ações pode prejudicar ainda mais sua imagem e afetar suas perspectivas eleitorais. A situação exige não apenas agilidade, mas também uma consideração cuidadosa de consequências de longo prazo para o país.

Os próximos passos e a comunicação com os EUA

A abertura de uma investigação pelo governo Trump sobre práticas comerciais discutíveis trouxe esperanças cautelosas para o Itamaraty, mas também levanta a questão sobre a eficácia desse movimento na luta contra as tarifas. Se a investigação não interromper a implementação dos tarifários, Trump poderá fortalecer sua posição de negociação em um período posterior a 2026.

Além disso, o discurso de Trump de “porque eu posso” em relação às tarifas mostra uma postura desafiadora que pode complicar ainda mais a relação com o Brasil. Para Lula, é essencial não apenas elaborar soluções rápidas, mas também encontrar um equilíbrio nas relações diplomáticas que evitem danos adicionais a curto e longo prazo.

O desfecho dessa situação continua incerto, e o imbróglio coloca tanto a direita brasileira quanto Lula em uma posição vulnerável. Resta ver como cada um se sairá nessas articulações políticas em meio a um ambiente tão volátil e imprevisível.

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