A partir de agosto, a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos promete afetar cerca de 10 mil empresas brasileiras que exportam para o país, representando 3,2 milhões de empregos no Brasil. Os números foram divulgados pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil).
Diálogo para evitar aumento tarifário
A entidade, que reúne mais de 3.500 empresas associadas, reforça o desejo de que os governos brasileiro e americano negociem uma solução para impedir a implementação da tarifa, considerada severa para as duas economias. Segundo a Amcham Brasil, o setor empresarial busca contribuir com esse esforço de diálogo.
“Nosso objetivo é que se construa uma solução negociada entre os dois governos, que evite um aumento tarifário com impactos muito severos”, afirmou a entidade, em nota oficial.
Reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin
Nesta quarta-feira (16), a Amcham participou de encontro em Brasília com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin. Na ocasião, a entidade trouxe a percepção de várias empresas sobre os possíveis efeitos das tarifas nas operações comerciais.
Alckmin destacou a atuação de empresas americanas no Brasil, como General Motors, Johnson & Johnson e Caterpillar. “Elas têm muitos anos de mercado aqui e exportam para os Estados Unidos, portanto também serão afetadas pela medida”, afirmou.
Impacto nas tarifas de importação
Segundo dados da Amcham divulgados em fevereiro, a tarifa média de importação do Brasil para o mundo é de 12,4%, mas o imposto efetivo sobre as compras dos Estados Unidos é de apenas 2,7%. Isso ocorre porque grande parte das importações dos EUA é isenta de impostos ou submetida a regimes especiais, como drawback, ex-tarifário e Recof.
De acordo com a entidade, mais de 48% das exportações americanas entram no Brasil sem tarifas e 15% possuem alíquotas máximas de 2%. “Esses benefícios refletem um cenário onde o impacto de tarifas mais altas pode ser ainda mais prejudicial às relações comerciais”, explicou a Amcham Brasil.
Perspectivas futuras
A expectativa é que os governos brasileiro e americano possam chegar a um entendimento que evite o aumento tarifário. As negociações continuam, e o setor empresarial brasileiro reforça que sua contribuição visa manter a estabilidade do comércio bilateral, protegendo milhões de empregos no Brasil.