Brasil, 17 de julho de 2025
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Riscos à manutenção do PIX são apontados por sindicato

Críticas dos EUA e proposta de emenda levantam preocupações sobre o futuro do sistema de pagamentos brasileiros.

O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) alerta para os riscos que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 65/2023 e as recentes críticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, representam para o sistema de pagamentos instantâneos brasileiro, conhecido como PIX. O sindicato afirma que essas questões ameaçam não apenas a continuidade do PIX como um serviço público gratuito, mas também a autonomia do Brasil na condução de sua política monetária.

O que é o PIX?

Lançado em 2020, o PIX é um sistema eletrônico de pagamentos instantâneo, desenvolvido pelos servidores do Banco Central do Brasil, que se tornou um verdadeiro fenômeno, com mais de 175 milhões de usuários. Com a proposta de permitir transferências e pagamentos em tempo real, sem custo para pessoas físicas, o PIX revolucionou o sistema financeiro nacional e conquistou a aceitação popular. Recentemente, a instituição também lançou o PIX Automático, que possibilita pagamentos recorrentes, ampliando ainda mais sua funcionalidade para o cotidiano de consumidores e empresas.

A PEC 65/2023 e seus impactos

A PEC 65/2023 propõe transformar o Banco Central em uma empresa pública de direito privado, o que, segundo especialistas, acarretaria riscos significativos. Essa mudança estrutural poderia comprometer a função do Banco Central como executor de políticas públicas, subtraindo sua subordinação aos interesses nacionais e colocando em risco a soberania financeira do país. A principal preocupação, segundo Edna Velho, presidente da seccional de Brasília do Sinal, é que a nova lógica de funcionamento do Banco poderia levar à cobrança de tarifas sobre o uso do PIX, transformando um serviço atualmente gratuito em um serviço pago, o que prejudicaria especialmente os mais pobres e pequenos empreendedores.

Consequências para a política econômica

O sindicato também observa que a proposta resultaria na criação de uma entidade autônoma, desvinculada do controle democrático, o que diminuiria a capacidade dos cidadãos de influenciar a política econômica por meio do voto. Edna Velho ressalta que essa mudança fragiliza a atuação do Banco Central como regulador do sistema financeiro, tornando-o mais suscetível à influência de interesses privados e internacionais.

“Diante desses riscos, é fundamental que a sociedade brasileira se mobilize contra a aprovação da PEC 65/2023. A manutenção do Banco Central como autarquia pública é essencial para garantir a soberania financeira, a gratuidade do PIX e a proteção dos interesses do povo brasileiro”, afirma a presidente do Sinal.

Defesa do Banco Central

O sindicato enfatiza que o PIX é uma conquista nacional reconhecida internacionalmente e que seu uso não deve estar subordinado à lógica de lucro de grandes conglomerados financeiros. “Defender o Banco Central como órgão de Estado é defender a soberania do Brasil diante de ataques como esses, que vêm do governo dos Estados Unidos”, assegura Edna.

As críticas de Trump ao PIX e as novas propostas legislativas levantam debates importantes sobre o futuro das políticas monetárias no Brasil. Com a crescente digitalização do sistema financeiro e os interesses internacionais entrando em cena, a conversa sobre a soberania financeira e os direitos dos cidadãos brasileiros deve ser aprofundada. A pressão para mudanças significativas no Banco Central requer atenção redobrada, pois qualquer alteração pode ter consequências duradouras para a população e a economia do país.

A luta pela manutenção do PIX como um serviço gratuito e pela proteção da autonomia do Banco Central é uma questão que transcende a política e toca diretamente o bolso do cidadão. É essencial que a sociedade permaneça alerta e informe-se sobre essas questões cruciais para garantir que o Brasil preserve seus interesses e conquistas.

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