O caso do assassinato de um casal de empresários em São Pedro, no interior de São Paulo, teve novos desdobramentos nesta quinta-feira (17). A polícia prendeu mais dois suspeitos durante a segunda fase da Operação Jogo Duplo, que investiga a execução do crime, supostamente a mando de advogados. O assassinato ocorreu em abril deste ano e, segundo as investigações, estava vinculado ao interesse dos mandantes no patrimônio das vítimas, avaliados em milhões de reais.
Motivações e detalhes do crime
As vítimas, que tinham residência em Araraquara (SP), eram alvos de um plano arquitetado por advogados que buscavam se apropriar de seus bens. O crime ocorreu sob a promessa de recompensas milionárias aos executores, e uma arma alugada foi usada para a realização do homicídio.
A Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) de Piracicaba detalhou que um dos executores do crime receberia um apartamento em São Carlos, avaliado entre R$ 400 mil a R$ 500 mil, além de um carro de R$ 60 mil. “Seria pago ainda um valor em torno de R$ 1,2 milhão que seria dividido entre os executores, quem alugou a arma e tudo mais”, comentou a delegada Juliana Ricci.
Ascensão das prisões e trama intricada
Com a recente operação, a polícia já havia detido um casal de advogados, suspeitos de serem os mandantes do crime, juntamente com outros dois indivíduos identificados como executores. A prisão dos dois novos acusados, com idades de 60 e 39 anos, culminou na apreensão de uma pistola utilizada no crime. Os investigadores realizaram buscas em quatro locais, onde também encontraram provas adicionais, como documentos e comunicações relacionadas ao crime.
Aluguel da arma e pagamento por serviços
De acordo com as investigações, o aluguel da arma utilizada no homicídio alcançou valores que chegam a R$ 50 mil. Conversas registradas nos celulares dos envolvidos revelaram que os valores oferecidos por serviços, incluindo o aluguel da arma, geraram desentendimentos entre os suspeitos sobre os pagamentos prometidos.
“Os executores não estavam recebendo o que foi combinado e houve até um desacerto entre eles”, explicou o delegado William Marchi. “Isso demonstra a complexidade e a fragilidade da estrutura criminosa que criaram.”
Quebra de sigilo e participação dos suspeitos
A quebra de sigilo telefônico foi uma das ferramentas cruciais utilizadas pela polícia para localizar e prender os novos suspeitos. Eles admitiram, por meio de depoimentos, a participação no fornecimento da arma, embora tenham negado saber que seria utilizada para um homicídio.
“Essas pessoas não negam que forneceram a arma, mas afirmam desconhecer a real intenção de usá-la em um crime tão grave”, relatou a delegada Ricci.
Impacto do crime e expectativas futuras
Enquanto as investigações prosseguem, a Deic analisa o envolvimento de outros suspeitos. “Não acredito que haja mais alvos a serem presos, mas a individualização da conduta de cada um dos envolvidos se dará nas etapas seguintes das investigações, que têm prazo de 30 dias”, destacou Ricci.
O crime chocou a comunidade local, especialmente pela brutalidade e pela traição por parte de pessoas próximas às vítimas, que eram idosas e sem herdeiros. Os advogados, com quem tinham uma relação de confiança, acabaram se tornando os responsáveis pela tragédia.
Caso em andamento e reações legais
Os suspeitos enfrentarão múltiplas acusações, incluindo homicídio qualificado, associação criminosa e estelionato. Os defensores dos advogados presos alegaram que a prisão não é justificada, considerando que seus clientes participaram da investigação desde o início.
O caso continua a ser uma lembrança sombria das consequências da ambição desmedida, onde interesses financeiros levaram à morte de um casal inocente que, inicialmente, buscava apoio legal para proteger seu patrimônio.
As investigações e os detalhes do crime ainda estão em desenvolvimento, e a sociedade aguarda respostas firmes e justas por parte das autoridades competentes.