O Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central em novembro de 2020, ganhará uma novidade importante em setembro deste ano: a função crédito, que permitirá o parcelamento de transações pelo usuário, com recebimento imediato do valor pelo vendedor. A iniciativa visa ampliar as opções de pagamento via Pix e competir ainda mais com os cartões, que atualmente são a principal forma de pagamento no Brasil.
Pix com função crédito: o que esperar
De acordo com informações do Banco Central, a nova funcionalidade vai permitir que consumidores dividam seus pagamentos em até 12 parcelas, enquanto os vendedores receberão o valor integral de forma instantânea. Apesar de algumas instituições financeiras já oferecerem o parcelamento via Pix, o Banco Central pretende padronizar as regras para garantir maior segurança e experiência uniforme para os usuários.
Impactos para o mercado financeiro
A introdução do Pix parcelado deve fortalecer o sistema e estimular ainda mais seu uso por consumidores e empresas. Especialistas apontam que a medida poderá diminuir a dependência de cartões de crédito, além de facilitar o acesso ao crédito para pequenas e médias empresas.
Contexto internacional e debates
Nos Estados Unidos, o Pix tem sido alvo de atenção por parte de autoridades e do mercado financeiro internacional. O sistema brasileiro é considerado uma inovação que vem mudando a estrutura de pagamentos no país. No entanto, o avanço do Pix também tem gerado disputas regulatórias e comerciais.
O Escritório do Representante do Comércio dos EUA (USTR) abriu uma investigação contra o Brasil, alegando práticas “desleais” no setor de pagamentos eletrônicos. Segundo o documento, o modelo brasileiro de pagamento, embora eficiente, favoreceria serviços desenvolvidos pelo próprio governo, o que impactaria empresas americanas no mercado brasileiro. “O Brasil parece adotar práticas desleais em relação aos serviços de pagamento eletrônico”, afirma o texto, sem citar diretamente o Pix.
Futuro e novidades do Pix
Além do crédito parcelado, o Banco Central estuda outras funcionalidades para o Pix, como a possibilidade de pagamento híbrido, com integração de boleto e QR Code, além de usar fluxos de recebíveis como garantia em empréstimos para micro e pequenas empresas — iniciativa que deve ser lançada em 2026. Também estão em análise transferências via Pix em ambientes offline, para beneficiar regiões com conexões de internet instáveis.
Segundo Rui Costa, economista e comentarista, as inovações no Pix reforçam a importância do sistema para ampliar o acesso da população ao sistema financeiro e reduzir a concentração bancária no Brasil. “O Pix é uma ferramenta fundamental para democratizar os pagamentos eletrônicos”, afirmou.
Para saber mais detalhes sobre as próximas funcionalidades do Pix, acesse o link da reportagem.