Na quinta-feira (17), o Papa Leo XIV recebeu em Castel Gandolfo, perto de Roma, um grupo ecumênico dos Estados Unidos liderado pelo cardeal Joseph Tobin e pelo arcebispo ortodoxo grego Elpidophoros, incentivando-os a “retornar às raízes da fé” em sua peregrinação pela Itália e Turquia.
Foco na unidade cristã e celebração do Concílio de Nicéia
Durante o encontro, o pontífice destacou a relevância dessa peregrinação, que coincide com o 1.700º aniversário do Concílio de Nicéia, realizado em 325. “O símbolo de fé adotado pelos Padres do Concílio permanece, juntamente com as adições do Concílio de Constantinopla em 381, como patrimônio comum de todos os cristãos”, afirmou Leo XIV.
Ele reforçou que a união não é um objetivo de rivalidade, mas um caminho de “caridade fraternal” impulsionado pelo Espírito Santo. “Roma, Constantinopla e outras sedes episcopais não estão chamadas a competir pela primazia, mas a caminhar juntas”, declarou.
Reconciliação histórica e comemoração do Vaticano II
O Papa agradeceu especificamente a Elpidophoros por liderar o grupo ecumênico, destacando que sinais de compartilhamento entre católicos e ortodoxos — como esse — “não podem ser considerados garantidos”.
Leo XIV relembrou o Acordo Conjunto assinado em 1965 por Santo Paulo VI e pelo Patriarca Athenagoras, que revogou as excomunhões de 1054, sinalizando uma reconciliação histórica. “Antes disso, uma peregrinação como a de vocês dificilmente teria sido possível”, destacou.
O pontífice também pediu que ambos os líderes transmitissem seus cumprimentos e um “abraço de paz” ao Patriarca Bartolomeu I de Constantinopla, presente na posse do Papa em maio passado na Turquia, reforçando o espírito de fraternidade entre as igrejas.
Perspectivas para o futuro ecumênico
Ao incentivar os peregrinos a serem “testemunhas de esperança” em 2025, Ano Jubilar, Leo XIV comentou a expectativa de celebrar, em 2033, os 2.000 anos da redenção através da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. “Devemos retornar espiritualmente a Jerusalém, cidade da paz, onde os apóstolos receberam o Espírito Santo e foram enviados ao mundo”, afirmou.
Antes de encerrar, o Papa expressou esperança de reencontrar o grupo “em alguns meses” para uma homenagem ecumênica ao 1.700º aniversário do Concílio de Nicéia, sem confirmar, porém, uma possível viagem a Turquia neste ano para celebrar a data em İznik, antiga Nicaea.