Após anos apoiando Donald Trump em várias questões, o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, fez uma mudança de posicionamento ao emitir críticas às investigações sobre Jeffrey Epstein. Em entrevista ao podcast conservador Benny Johnson nesta terça-feira, Johnson afirmou que é necessário divulgar todas as informações disponíveis a respeito do caso Epstein, dizendo que “devemos colocar tudo na mesa e deixar o povo decidir”.
Johnson defende mais transparência nos arquivos de Epstein
A declaração ocorre após o Departamento de Justiça e o FBI anunciarem que não irão liberar novos arquivos sobre Epstein, alegando a falta de evidências de que ele mantinha uma “lista de clientes” para chantagear figuras influentes ou que sua morte tenha sido por outras razões além do suicídio. Johnson expressou ceticismo quanto a essas conclusões, ressaltando a necessidade de esclarecer os fatos.
“Concordo que precisamos divulgar tudo, e a Dra. Bondi (Procuradora-Geral Adjunta) deve explicar o que quis dizer ao mencionar a possível existência de uma lista de Epstein na sua mesa”, comentou Johnson. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que Bondi referia-se a “todo o conjunto de documentos” relacionados ao caso Epstein, reforçando a importância de transparência na questão.
Conflito dentro do partido e consequências políticas
O posicionamento de Johnson, que também declarou confiar em Trump, representa uma aparente ruptura pública do líder da Câmara com o ex-presidente, especialmente considerando o apoio de Trump às investidas anteriores contra os arquivos Epstein, como reiterado em suas postagens nas redes sociais, onde pediu que a procuradora-geral Bondi divulgasse o que considerasse credível. A mudança reflete o embate interno entre os republicanos, que tentam equilibrar o apoio ao ex-presidente e as demandas por transparência.
Segundo Marianna Sotomayor, do Washington Post, a postura de Johnson revela a pressão que Trump e seu governo enfrentam da base partidária e como alguns congressistas começam a defender a liberação dos documentos como forma de conter possíveis escândalos.
Reações e obstáculos ao avanço na investigação
Na semana passada, integrantes republicanos bloquearam uma proposta de lei que obrigaria a divulgação de documentos sobre a investigação do Departamento de Justiça relacionada a Epstein. A iniciativa foi liderada pelo democrata Ro Khanna, que argumentou que a transparência é essencial para esclarecer os limites e detalhes do caso.
Além disso, a pressão por uma investigação mais aprofundada ganhou reforços com pedidos recentes, como a de Lauren Boebert, que solicitou a nomeação de um conselheiro especial para investigar a “verdade sobre os arquivos Epstein”, vinculando o movimento às averiguações sobre outros escândalos envolvendo ex-representantes. O impasse evidencia o atual clima de polarização e a disputa por controle narrativo sobre o caso Epstein no Congresso dos EUA.
Perspectivas futuras na busca por justiça
Analistas apontam que, embora haja resistência política, a pressão pública e interna tende a manter o tema como uma prioridade na agenda política americana nos próximos meses. A divulgação completa dos arquivos poderia abrir investigações sucessivas que afetariam figuras de alto escalão influenciadas pelo caso Epstein, além de impactar a credibilidade de diversas instituições.
Com o cenário ainda indefinido, uma coisa é certa: a busca por transparência parece estar se tornando uma das maiores prioridades para setores que desejam esclarecer os mistérios que cercam Jeffrey Epstein e suas conexões com o poder e a elite mundial.